Cientistas do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina, divulgaram uma investigação que acende um alerta sobre os potenciais riscos associados à radiação ultravioleta emitida por lâmpadas utilizadas na secagem de esmaltes semipermanentes.
O estudo, publicado na conceituada revista Chemical Research in Toxicology, revela que essa radiação tem capacidade de modificar a estrutura de componentes essenciais da pele, como a tirosinase — enzima chave na síntese da melanina.
Lâmpadas para secar esmalte
O aumento da popularidade dos esmaltes de longa duração, especialmente entre os jovens, motivou a realização desta pesquisa. Os pesquisadores investigaram os efeitos da radiação UV emitida pelas lâmpadas LED modernas, amplamente empregadas em salões de beleza. Embora consideradas menos agressivas que as lâmpadas UVA tradicionais, essas tecnologias ainda promovem reações químicas na pele que podem afetar lipídios e proteínas celulares.
Os experimentos mostraram que períodos breves de exposição — como os cerca de quatro minutos típicos de uma sessão de manicure — já são suficientes para causar alterações relevantes nas moléculas cutâneas. Essas modificações podem desencadear fotoalergias, fototoxicidade e aumentar o risco de câncer de pele.
Além disso, os pesquisadores ressaltam que os danos provocados são semelhantes aos ocasionados pela exposição solar intensa em horários críticos, como o meio-dia na primavera. Isso evidencia a importância de conscientizar os usuários sobre os perigos do uso frequente desses dispositivos e a necessidade de adotar medidas preventivas, como aplicar protetor solar nas mãos ou utilizar luvas para reduzir a exposição à radiação.
Cuidado
Além disso, pesquisadores da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, conduziram estudos sobre os efeitos da radiação emitida por essas lâmpadas nas células da pele. Em experimentos realizados em laboratório, verificou-se que uma única exposição de 20 minutos pode resultar na morte de até 30% das células examinadas, enquanto três sessões seguidas ocasionaram a perda de mais de 65% delas.
Apesar de ainda serem resultados preliminares e obtidos em ambiente in vitro, os especialistas ressaltam os potenciais efeitos acumulativos da exposição prolongada, recomendando maior precaução e regulamentação para o uso desses aparelhos. A mensagem é clara: com informação adequada e cuidados apropriados, é possível reduzir os riscos à saúde sem comprometer os benefícios estéticos.