Os semáforos, presentes no cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo, podem passar por uma mudança significativa no futuro: a inclusão de uma quarta cor, a luz branca. A proposta foi apresentada por engenheiros de transporte da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e tem gerado discussões entre especialistas e motoristas.
A ideia da luz branca está diretamente ligada à crescente adoção de veículos autônomos, aqueles que dirigem sem a intervenção de um motorista humano. Segundo o estudo, a nova cor ajudaria a coordenar o fluxo de carros autônomos e veículos tradicionais. Sensores presentes nos semáforos indicariam a presença predominante de carros autônomos em determinada via, e a luz branca serviria como um “comando indireto” para motoristas humanos.
“Acreditamos que é importante incorporar o conceito de luz branca nos cruzamentos, porque ela informa aos motoristas humanos o que está acontecendo, para que saibam como agir”, explica Ali Hajbabaie, um dos autores do estudo.
Enquanto a luz vermelha continuaria a significar “pare”, a amarela indicaria “atenção” e a verde seguiria significando “siga”. A luz branca, por sua vez, seria acionada quando o cruzamento estivesse sob o controle dos carros autônomos, permitindo que motoristas humanos seguissem os movimentos desses veículos.
Testes e resultados iniciais
Os pesquisadores realizaram simulações e testes práticos, como o ocorrido em Madrid, na Espanha, para avaliar a eficácia da nova proposta. Segundo os resultados preliminares, o sistema de quatro cores melhorou a fluidez do trânsito, reduziu o tempo de parada dos veículos e aumentou a segurança viária.
Divisão de opiniões
Apesar dos benefícios apontados pelos pesquisadores, a ideia enfrenta resistência. Especialistas em trânsito argumentam que adicionar uma nova cor ao semáforo pode confundir motoristas, principalmente aqueles menos habituados com novas tecnologias. Já defensores acreditam que a mudança é necessária para adaptar o trânsito à nova realidade dos carros autônomos.
Motoristas, por sua vez, estão divididos. Alguns acreditam que a luz branca pode ajudar a reduzir congestionamentos, enquanto outros temem que a adaptação às novas regras seja lenta e confusa, principalmente em países com menor avanço tecnológico.
Embora o número de carros autônomos ainda seja limitado, a proposta busca preparar as cidades para um futuro próximo, em que esses veículos se tornarão mais comuns. Até lá, o debate sobre a luz branca nos semáforos seguirá aceso, dividindo opiniões e levantando questões sobre o futuro da mobilidade urbana.