O presidente Lula declarou, em entrevista na última quarta-feira (5), que, caso o governo dos Estados Unidos decida impor tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil responderá com o princípio da reciprocidade. Ele ressaltou que, conforme as diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC), é possível aplicar taxas de até 35% sobre produtos importados, e afirmou que, se os EUA aumentarem suas tarifas, o Brasil adotará medidas semelhantes em resposta.
Lula enfatizou a relevância da diplomacia e da harmonia entre os países, argumentando que o Brasil não pode ser afetado por ações unilaterais de outras nações. O presidente também criticou as “bravatas” do presidente dos EUA, Donald Trump, apontando que ele recorre a declarações extremas e controversas para destacar seu governo.
Ele citou algumas das declarações de Trump, como a proposta de anexar o Canadá, ocupar a Groenlândia e renomear o Golfo do México. Para o presidente brasileiro, essas posturas são irresponsáveis e prejudiciais à paz mundial. Ele defendeu que o planeta necessita de mais tranquilidade e que as relações internacionais devem ser pautadas pelo diálogo e pela diplomacia, em vez de disputas ideológicas.
Brasil x EUA
Lula também abordou o tema da deportação de brasileiros pelos Estados Unidos, assegurando que o governo brasileiro está pronto para receber os cidadãos repatriados. Ele explicou que o Itamaraty, a Polícia Federal e outros órgãos do governo estão trabalhando juntos para garantir que os deportados recebam o tratamento adequado, incluindo apoio médico e assistencial.
O presidente afirmou que, apesar de esses cidadãos terem sido deportados devido à imigração irregular, o Brasil os considera parte do processo de repatriação e não uma mera deportação. Em janeiro de 2025, um voo com 88 brasileiros deportados dos EUA chegou ao Brasil, e eles relataram maus-tratos durante o transporte.
Lula destacou que, após a intervenção da Polícia Federal, a Força Aérea Brasileira assegurou que os deportados fossem levados de forma adequada até seus destinos finais. Ele enfatizou que, ao chegarem ao Brasil, os cidadãos deportados estão sob a legislação brasileira e serão tratados com dignidade e humanidade.