O LinkedIn, rede social profissional pertencente à Microsoft, tem se consolidado como uma das principais plataformas para acompanhar as transformações no mercado de trabalho impulsionadas pela inteligência artificial (IA).
Segundo a própria plataforma, a cada minuto são feitas mais de 10 mil candidaturas e sete contratações ao redor do mundo, o que resulta em um enorme volume de dados capaz de indicar as principais tendências do setor. Esse panorama permite mapear os empregos mais procurados, as habilidades em alta e os efeitos da IA no processo de contratação, tanto para empresas quanto para profissionais em busca de oportunidades.
Busca de emprego
Segundo Tomer Cohen, diretor de produtos do LinkedIn, a inteligência artificial já está transformando o perfil das habilidades exigidas no mercado. Estimativas da plataforma indicam que, até 2030, cerca de 70% das competências usadas atualmente devem mudar, impulsionadas principalmente pela IA. Diante disso, empresas têm reavaliado suas estratégias de contratação, priorizando conjuntos de habilidades em vez de cargos fixos.
Relatórios como “Jobs on the Rise” e “Skills on the Rise” confirmam essa mudança. O primeiro mostra que a maioria das funções em alta são novas, com destaque para engenheiros de IA. O segundo revela a valorização de competências como pensamento estratégico, resolução de problemas e habilidades interpessoais, além da alfabetização em IA.
Para acompanhar essa evolução, o LinkedIn desenvolveu ferramentas com IA que auxiliam candidatos a identificar sua compatibilidade com vagas e a se preparar para entrevistas, com feedback automatizado. Mais de um terço dos usuários já utilizam esses recursos, de acordo com Cohen.
IA do LinkedIn
A crescente adoção de ferramentas de inteligência artificial tem gerado desafios no mercado de trabalho. Com currículos e cartas de apresentação produzidos por IA, recrutadores enfrentam um volume maior de candidaturas, recorrendo também à IA para triagens iniciais — o que torna o processo mais impessoal para muitos candidatos.
Como resposta, o LinkedIn lançou o “Hiring Assistant”, um agente de IA que automatiza etapas do recrutamento, como triagem e contato com candidatos. Testado por empresas como Siemens e Verizon, o recurso aumentou significativamente a produtividade dos recrutadores.
Apesar dos avanços, Tomer Cohen, diretor de produtos do LinkedIn, alerta que o maior desafio é cultural. Ele defende que as empresas priorizem o aprendizado contínuo, oferecendo tempo e espaço para que seus profissionais desenvolvam novas habilidades.