O Ozempic, um medicamento amplamente utilizado para diabetes tipo 2 e perda de peso, tem como chave para sua criação veio de um réptil peculiar: o monstro-de-gila (Heloderma suspectum).
Vale mencionar que esse lagarto venenoso, nativo dos desertos da América do Norte, desempenhou um papel crucial no avanço farmacológico, levando à descoberta da semaglutida, substância ativa do Ozempic.
Nas redes sociais, internautas começaram a comentar essa situação e muitos questionamentos foram feitos com relação a produção do Ozempic. Apesar da relação direta da descoberta com o réptil venenoso, a produção segue um caminho totalmente diferente.
Cientistas confirmaram que a identificação da molécula foi realmente com o animal, porém a produção é totalmente isolada usando apenas a base científica com origem da pesquisa com os lagartos. Os animais não são utilizados em nenhum método de produção do medicamento.
Como o veneno de um lagarto levou à criação do Ozempic?
Pesquisadores identificaram, no veneno do monstro-de-gila, uma enzima que imita a ação do hormônio GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1). Esse hormônio desempenha funções essenciais no organismo, como estimular a produção de insulina, reduzir a liberação de glicose pelo fígado e aumentar a sensação de saciedade.
Com base nessa descoberta, cientistas desenvolveram medicamentos que replicam esse efeito no organismo humano, resultando na criação do Ozempic e de outros fármacos, como Wegovy e Mounjaro.
O desenvolvimento desses medicamentos começou nos anos 1970, quando os pesquisadores Drucker, Habener, Holst e Mojsov identificaram as propriedades do GLP-1 e sua relação com o controle da glicose no sangue.
osteriormente, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk aprimorou esses estudos, resultando no lançamento do Ozempic, uma das drogas mais promissoras para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade.
Benefícios e controvérsias em torno do Ozempic
A semaglutida, princípio ativo do Ozempic, atua diretamente no cérebro, inibindo o apetite, além de auxiliar no controle glicêmico. Na prática, isso pode levar à redução do consumo calórico entre 30% e 40%, dependendo da dosagem, e a uma consequente perda de peso significativa.
Entretanto, apesar dos benefícios, o uso do Ozempic tem gerado discussões na comunidade médica devido aos efeitos colaterais relatados por pacientes. Problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, estão entre as reações adversas mais comuns.
Além disso, o medicamento não é indicado para pessoas com histórico de pancreatite, alergia aos componentes da fórmula ou com carcinoma medular de tireoide na família.
Vale mencionar que o Ozempic foi desenvolvido para tratar diabetes tipo 2, sendo sua aplicação para emagrecimento um uso secundário. Por isso, a medicação deve ser utilizada apenas com prescrição e acompanhamento médico.