A Justiça Federal determinou o bloqueio de pouco mais de R$ 156 mil de recursos públicos para custear o tratamento médico de Thaís Medeiros, jovem de Goiás que sofreu danos neurológicos severos após uma grave reação alérgica ao apenas cheirar pimenta.
O caso, que chamou atenção pela sua natureza incomum, ganhou repercussão nacional em 2023.
Um gesto corriqueiro e aparentemente inofensivo – sentir o aroma de uma pimenta fresca – desencadeou uma crise alérgica que levou a jovem a perder os sentidos, culminando em sequelas permanentes.
Justiça bloqueia R$ 150 mil para tratar jovem com grave alergia a pimenta
A decisão judicial foi assinada pelo juiz Jesus Crisostomo de Almeida após o descumprimento pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) de ordens anteriores que exigiam o fornecimento de cuidados médicos domiciliares à paciente.
Mesmo com o reconhecimento parcial da responsabilidade por parte da gestão municipal, os pagamentos destinados ao suporte da jovem foram interrompidos, o que motivou a medida mais severa do bloqueio de verba.
O montante garantido será utilizado para custear seis meses de atendimento domiciliar, com profissionais especializados, medicamentos, insumos e sessões de reabilitação intensiva.
Thaís, que antes trabalhava com beleza ao lado da mãe, viu sua vida mudar completamente após o episódio. Em um dia comum na casa do namorado, ao cheirar uma pimenta durante uma conversa informal na cozinha, ela passou mal quase que imediatamente.
A reação alérgica comprometeu sua respiração e causou uma parada cardíaca, o que a deixou sem oxigenação cerebral por tempo suficiente para causar danos irreversíveis.
Desde então, Thaís perdeu a capacidade de andar e falar, além de depender de cuidados constantes que custam cerca de R$ 16 mil ao mês para a família, motivo pelo qual foi determinado que o estado ajude.
Valor é essencial no tratamento da jovem, que tem apresentado alguma melhora
A jovem chegou a ficar internada por mais de 260 dias e passou por diversas complicações, incluindo crises respiratórias severas e infecções.
Hoje, apesar das limitações, apresenta alguma melhora clínica graças a uma rotina rigorosa de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição especial e acompanhamento médico contínuo.
A mãe, Adriana Medeiros, deixou o trabalho para se dedicar integralmente à filha e tenta agora reestruturar a vida familiar, inclusive planejando montar um pequeno salão de beleza em casa, como forma de gerar renda e manter esperança no futuro.
Com o bloqueio dos recursos, a família espera retomar o serviço de home care de forma regular, garantindo mais estabilidade no quadro de Thaís e dignidade em sua rotina.