Enquanto o debate sobre a adoção de uma semana de trabalho mais curta ganha força no Brasil e em diversas partes do mundo, a Islândia já colhe os frutos de uma mudança implantada há mais de cinco anos.
Desde que reduziu a jornada semanal, o país nórdico vem servindo de referência para estudiosos, sindicatos e formuladores de políticas públicas interessados em repensar a organização do trabalho.
Os primeiros resultados, agora consolidados, indicam que a experiência foi bem-sucedida — com ganhos tanto para os trabalhadores quanto para a produtividade das empresas e, portanto, para a economia do país como um todo.
Islândia tem semana de quatro dias há mais de 5 anos e revela resultados
A na Islândia mudança teve início em 2015, quando o governo do país autorizou um teste com cerca de 2.500 servidores públicos para avaliar os efeitos da redução da carga horária.
Em vez dos tradicionais cinco dias úteis, os participantes passaram a trabalhar quatro, sem prejuízo salarial. O objetivo era investigar se seria possível melhorar o bem-estar dos funcionários sem comprometer a produtividade.
A experiência mostrou resultados promissores e, em 2019, o modelo começou a se expandir.
Negociações entre sindicatos e empregadores garantiram a ampliação da medida, permitindo que aproximadamente 86% da força de trabalho do país tivesse acesso a jornadas mais curtas, geralmente entre 35 e 36 horas semanais.
Um dos diferenciais da experiência islandesa foi a flexibilidade: em vez de impor um único formato, os trabalhadores puderam escolher entre dias de trabalho mais condensados ou uma redução efetiva nas horas semanais.
Além disso, o país investiu pesadamente em tecnologia e digitalização, o que ajudou a manter — e até melhorar — a produtividade.
Dados oficiais apontam que a produtividade da Islândia cresceu mais do que a de qualquer outro país nórdico nos últimos cinco anos, ao mesmo tempo em que houve redução nos níveis de estresse, burnout e aumento na qualidade de vida dos trabalhadores.
Experiência da Islândia já é observada por outros países
Com base nesses resultados, o modelo islandês passou a ser observado de perto por outros países. No Brasil, iniciativas semelhantes ainda estão em estágio experimental, conduzidas por empresas privadas em parceria com instituições de pesquisa.
No entanto, o caso da Islândia mostra que, quando bem estruturada, a redução da jornada pode trazer benefícios reais e sustentáveis.
A experiência reforça que a discussão sobre novas formas de trabalhar não é apenas uma demanda de gerações mais jovens, mas uma oportunidade concreta de reorganizar o trabalho de maneira mais humana e eficiente.