A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) emitiu um alerta para a confirmação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais no Brasil.
Vale mencionar que ocaso foi registrado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, e marca uma nova fase da circulação do vírus no país, até então restrito a aves silvestres e criações domésticas.
Diante do cenário, o governo gaúcho decretou, no sábado (17), estado de emergência em saúde animal por 60 dias em 12 municípios da região metropolitana de Porto Alegre. A medida busca conter a disseminação do vírus H5N1, causador da gripe aviária, que pode afetar a produção avícola nacional e gerar impactos econômicos e sanitários relevantes.
Além da granja em Montenegro, também foi detectada a presença do vírus em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul, ampliando a preocupação das autoridades sanitárias.
Ovos para incubação são destruídos
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) rastreou os ovos para incubação produzidos pela granja afetada. Os lotes foram distribuídos para estabelecimentos nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Em nota oficial, o Mapa confirmou que os ovos estão sendo destruídos conforme o plano de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle, com o objetivo de evitar novos focos da doença em outras regiões.
É importante mencionar que os ovos para incubação não são destinados ao consumo humano, mas sim ao processo de reprodução de aves. O ministério reforçou que não há comprovação de que os ovos estejam contaminados, mas a ação preventiva se baseia na necessidade de proteger a avicultura nacional e garantir a biosseguridade dos plantéis comerciais.
Outro detalhe importante é que imagens divulgadas pela agência Reuters mostram que o processo de destruição dos ovos já foi iniciado na granja de Montenegro, principal foco da atual emergência.
Comércio internacional reage à gripe aviária
Diante da confirmação do foco em granja comercial, países como China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile e México suspenderam temporariamente a importação de carne de frango do Brasil. A medida, de caráter preventivo, visa impedir que carcaças eventualmente contaminadas transportem o vírus e causem surtos em granjas locais.
Vale mencionar que o consumo de carne de frango e ovos segue seguro, conforme destacam o Ministério da Agricultura e a própria FAO. Isso porque o cozimento adequado elimina completamente o vírus, além de outros riscos sanitários, como a salmonella.
Com isso, o Brasil enfrenta um desafio sanitário que exige respostas coordenadas. Segundo a FAO, mais de 4,7 mil surtos da doença já foram registrados na América Latina e no Caribe desde 2022.