Em meio à alta da inflação no Brasil, consumidores precisam redobrar a atenção ao fazer compras no supermercado para verificar o tipo de comida que estão comprando.
Isso porque, para evitar aumentar os preços de forma perceptível, grandes fabricantes passaram a adotar estratégias que impactam diretamente a qualidade e a quantidade dos produtos.
Entre essas táticas, destaca-se a venda de alimentos “fakes”, versões similares dos originais, mas com composições diferentes, muitas vezes utilizando ingredientes mais baratos.
Quando essa alternativa não é adotada, as empresas recorrem à reduflação, que consiste na diminuição da quantidade do produto na embalagem sem alterar o valor final.
Grandes fabricantes estão vendendo comidas ‘fakes’
As chamadas comidas “fakes” são produtos que, à primeira vista, parecem idênticos aos tradicionais, mas trazem mudanças na formulação.
Um exemplo é o leite condensado, que em algumas versões passou a ser uma mistura láctea condensada, com menor teor de leite.
O mesmo ocorre com o azeite de oliva, substituído por óleos compostos que misturam azeite com óleo de soja, e com o requeijão, que deu lugar a queijos processados com sabor semelhante.
Essas mudanças geralmente não são anunciadas de forma destacada nos rótulos, levando o consumidor a comprar um produto diferente do que realmente deseja, ou seja, comidas “fakes”.
A justificativa das empresas para essa prática está nos custos de produção dos alimentos devido a inflação. Com a alta nos preços de insumos, as indústrias buscam maneiras de manter os valores competitivos sem afastar os clientes.
No entanto, é necessário destacar que essa substituição de ingredientes que compõem a comida comprada e consumida pelas famílias nem sempre é bem informada ao consumidor.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), a transparência é obrigatória, e qualquer tentativa de induzir o cliente ao erro pode ser considerada publicidade enganosa.
Além das comidas “fakes”, fabricantes também apostam na reduflação
Quando os fabricantes não optam por reformular os produtos e vender comidas “fakes”, outra solução encontrada é a reduflação. Nessa estratégia, o peso ou o volume de um alimento é reduzido sem que o preço ou a embalagem sejam alterados.
O peso das embalagens de chocolates, por exemplo, encolheram consideravelmente ao longo dos anos, enquanto pacotes de café e latas de creme de leite diminuíram de peso.
O problema ocorre quando essa alteração não é devidamente comunicada ao consumidor, já que em muitos desses casos o tamanho da embalagem segue o mesmo, mas a quantidade é reduzida, criando a ilusão de que nada mudou.
Para evitar cair nessas armadilhas, os consumidores devem ficar atentos aos rótulos e comparar informações entre produtos semelhantes.
Desconfiar de preços muito baixos e verificar a composição dos alimentos são medidas essenciais para garantir que se está comprando exatamente o que deseja.
Além disso, denunciar irregularidades aos órgãos de defesa do consumidor pode ajudar a coibir práticas que prejudiquem a transparência no mercado.
Uma opção inteligente para evitar comidas “fakes” é evitar o que está muito caro, dentro do possível, e buscar outros alimentos da época que estão entre os mais baratos.