O Grande Buraco Azul, uma das formações naturais mais icônicas do planeta, revelou recentemente informações surpreendentes sobre o aumento da frequência de ciclones tropicais no Caribe.
Um estudo publicado na revista Geology, em 14 de março de 2025, analisou sedimentos extraídos desse sumidouro subaquático e apontou que a atividade ciclônica na região está mais intensa do que em qualquer outro período dos últimos 5.700 anos.
Vale mencionar que a pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Goethe, na Alemanha, identificou um crescimento expressivo no número de ciclones tropicais que atingem a área. Segundo os especialistas, esse fenômeno está diretamente relacionado ao aquecimento global e à migração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
O que os sedimentos do Grande Buraco Azul revelam?
O estudo analisou um núcleo de sedimentos de 30 metros de comprimento, retirado do fundo do Great Blue Hole, um sumidouro subaquático localizado a cerca de 80 km da costa de Belize. A análise desses depósitos permitiu aos pesquisadores reconstruir a frequência das tempestades tropicais ao longo dos milênios.
Os resultados mostram que, historicamente, de quatro a dezesseis ciclones atingiam a região por século. No entanto, nos últimos 20 anos, nove tempestades já foram registradas no local, um aumento significativo que reforça o impacto das mudanças climáticas.
Além disso, os modelos climáticos projetam que até 2100, o Caribe pode ser atingido por até 45 ciclones, um número sem precedentes nos últimos seis milênios. Isso porque o aquecimento dos oceanos intensifica a formação dessas tempestades, tornando-as mais destrutivas.
Os impactos do aumento dos ciclones tropicais
O aumento na frequência e intensidade dos ciclones traz grandes desafios ambientais e sociais. Ciclones tropicais podem provocar erosão costeira, inundações e deslizamentos de terra, além de alterar a paisagem ao remodelar dunas e ecossistemas marinhos.
Vale mencionar que esses fenômenos podem receber diferentes nomes, dependendo da região e da intensidade. No Atlântico e no Caribe, eles são chamados de furacões, enquanto no Pacífico ocidental são conhecidos como tufões.