Um novo golpe tem ganhado força nas redes sociais, especialmente no aplicativo de vídeos curtos Kwai.
A fraude se disfarça de oportunidade: o vídeo anuncia que o usuário tem um valor a receber — supostamente uma indenização ou recompensa por engajamento na plataforma. Porém, para desbloquear o suposto pagamento, a vítima é orientada a fazer um Pix antecipado.
Apesar do discurso convincente e da aparência profissional do conteúdo, trata-se de um golpe que já atingiu centenas de pessoas, com foco em idosos e integrantes das classes sociais mais vulneráveis, justamente o perfil predominante entre os usuários do Kwai no Brasil.
Golpe que pede dinheiro para enviar um Pix fez várias vítimas
O golpe é sofisticado e se aproveita de recursos tecnológicos para enganar. Os vídeos são impulsionados como se fossem anúncios legítimos e muitas vezes trazem figuras públicas, como apresentadores de televisão ou advogados, falando diretamente com o público.
Na verdade, essas imagens são deepfakes — montagens feitas com inteligência artificial que simulam rostos e vozes de celebridades, reforçando a falsa sensação de confiabilidade.
No conteúdo, a promessa é clara: o usuário teria direito a uma quantia, geralmente de centenas ou até milhares de reais, mas antes seria necessário pagar uma pequena taxa por meio do Pix, sob pretextos como “imposto” ou “verificação de identidade”.
Os vídeos afirmam que o valor a receber seria de um bônus do Kwai devido a quantidade de vídeos assistido pelo usuário da rede social. O Kwai não faz esse tipo de pagamento. Em outros casos, afirmam que os valores seriam devido a dados vazados, o que também é mentira.
Assim, os golpistas direcionam as vítimas para sites falsos que imitam com perfeição páginas oficiais do Kwai ou do governo, como o portal gov.br ou da Receita Federal. Lá, além de solicitar o Pix, é comum coletarem dados sensíveis como CPF e número de celular.
Os pagamentos, por sua vez, não vão diretamente para os criminosos, mas passam por empresas intermediárias de pagamento, o que dificulta o rastreamento e facilita o uso de contas de “laranjas”.
Como não cair nestes golpes
Para não cair nesse tipo de armadilha, é fundamental desconfiar de qualquer proposta de dinheiro fácil, especialmente quando envolve algum pagamento prévio.
Plataformas oficiais nunca solicitam depósitos antecipados para liberar valores, e qualquer compensação por vazamento de dados, por exemplo, deve ser feita por vias judiciais ou administrativas — nunca por redes sociais.
Em caso de suspeita, não clique nos links, não forneça dados pessoais e denuncie o conteúdo.
Se o golpe já foi consumado, é possível acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) e registrar boletim de ocorrência com todas as provas disponíveis. A velocidade da reação pode ser crucial para recuperar os valores perdidos.
