Embora pareça inofensivo à primeira vista, um furúnculo pode representar um risco sério à saúde quando negligenciado. Trata-se de uma infecção bacteriana que afeta o folículo piloso e os tecidos ao redor, provocando inflamação, dor intensa e, em alguns casos, febre.
Quando mal cuidado ou manipulado de forma errada, o furúnculo pode permitir que bactérias entrem na corrente sanguínea e se espalhem para outras partes do corpo, causando complicações graves.
Foi exatamente isso que aconteceu com Jéssica Avelino, uma ex-dançarina de 26 anos que ficou paraplégica após o agravamento de um furúnculo no braço.
Furúnculo deixa ex-dançarina paraplégica
A trajetória de Jéssica tomou um rumo inesperado em novembro de 2023. Até então ativa, mãe de um menino pequeno e com histórico como dançarina de bandas e grupos musicais, ela notou uma lesão no braço esquerdo, que logo evoluiu para um furúnculo.
Sem experiência prévia com esse tipo de problema, decidiu espremer a inflamação por conta própria, aliviando momentaneamente a dor. No entanto, dias depois, começou a sentir dores intensas na lombar, rigidez no pescoço e sintomas como febre e vômito.
Foram várias idas ao hospital até que, diante do agravamento do quadro, foi internada com suspeita de meningite.
Somente após uma investigação mais profunda os médicos identificaram uma bactéria em sua corrente sanguínea, associando a infecção ao furúnculo anteriormente mencionado por ela.
A confirmação veio com uma punção lombar, que revelou uma inflamação grave na medula espinhal — uma mielite infecciosa. Em questão de horas, Jéssica perdeu os movimentos das pernas. A paralisia veio de forma súbita, e ela foi levada à UTI.
Após dias de incertezas, exames e tratamento com antibióticos, seu diagnóstico foi fechado. A medula não havia sido rompida, mas a inflamação comprometeu de forma severa sua mobilidade.
Furúnculo não deve ser negligenciado
Casos como o de Jéssica reforçam a importância de cuidados adequados com infecções cutâneas. Especialistas alertam para nunca manipular furúnculos em casa. Espremer ou cortar pode facilitar a entrada de bactérias na circulação sanguínea.
O tratamento correto deve sempre ser conduzido por profissionais de saúde, geralmente com antibióticos e, em alguns casos, drenagem feita em ambiente estéril.
A recomendação é clara: qualquer sinal de infecção na pele, especialmente se acompanhado de dor, febre ou pus, deve ser avaliado por um médico. Pequenos descuidos podem ter consequências irreversíveis.