Recentemente, uma pesquisa revolucionária mudou a forma como entendemos a geologia do Oceano Pacífico. Cientistas da Turquia e do Canadá descobriram que as placas tectônicas desse vasto oceano não são tão escavadas quanto se pensavam.
Em vez disso, elas estão se deformando muito antes de atingirem as zonas de subducção – áreas onde uma placa desliza sob a outra. Essa revelação levanta questões sobre os impactos que esse transporte pode causar na Terra, incluindo um aumento no risco de terremotos e possíveis efeitos no nível do mar.
O que diz o novo estudo?
A pesquisa, publicada em Advancing Earth and Space Sciences, focou em quatro platôs submarinos gigantes: Ontong Java, Shatsky, Hess e Manihiki . Essas formações estão localizadas no fundo do Oceano Pacífico e foram comprovadas por meio de dados sísmicos e imagens de satélite. O que os cientistas encontraram foi surpreendente:
- Fraturas e falhas geológicas nessas regiões, estabelecendo que as placas já estão se fragmentando antes de atingirem as zonas de subducção.
- Alongamento da crosta oceânica, um aspecto inesperado que pode tornar essas áreas mais vulneráveis a rupturas.
- Movimentos sísmicos em locais não previstos, indicando que o comportamento das placas oceânicas pode ser mais complexo do que se planejado.
Antes, acreditava-se que as placas se mantinham inteiras obrigações até o momento da decisão com outra placa. Agora, sabemos que esse processo pode ser muito mais gradual e começar a milhares de quilômetros da zona de impacto.
Principais impactos dessa descoberta
- Aumento na frequência de terremotos: Se as placas já estão rachando no meio do oceano, isso significa que podem ocorrer terremotos em regiões que antes eram relevantes. Embora esses tremores possam não ser tão intensos quanto os que ocorrem nas zonas de subducção, ainda há risco para ilhas e áreas costeiras.
- Possibilidade de novos tsunamis: Embora uma pesquisa afirme que a chance de um tsunami devastador ser baixa, ainda existe a possibilidade de que pequenos tsunamis sejam gerados a partir dessas falhas. Isso poderia afetar rotas marítimas, causar erosão marítima e impactar a fauna e a flora oceânica.
- Mudanças na circulação oceânica: As placas tectônicas influenciam a estrutura do fundo do mar, que por sua vez afeta as correntes oceânicas. Se a crosta oceânica estiver se deformando de maneira inesperada, isso pode alterar a forma como o calor e os nutrientes são distribuídos pelos oceanos, afetando o clima global.
- Risco para ilhas e cidades costeiras: Países localizados no Anel de Fogo do Pacífico, como Japão, Filipinas, Indonésia e Chile, podem precisar reavaliar seus sistemas de monitoramento de terremotos. Se essas placas já estão sob tensão antes da subducção, o risco de eventos sísmicos pode ser maior do que o previsto anteriormente.
O que pode acontecer no futuro?
Esse estudo abre novas questões sobre a geodinâmica do planeta. Se as placas do Pacífico estiverem se deformando dessa maneira, será que outros oceanos também poderão apresentar comportamentos semelhantes? Como essa movimentação afetará a formação de novas ilhas ou a estabilidade de vulcões submarinos?
Para responder a essas perguntas, os cientistas já estão planejando novas pesquisas e monitoramentos no fundo do mar. Redes sísmicas e satélites devem continuar monitorando essas regiões para entender melhor a evolução dessas placas e prever possíveis consequências.
Embora o risco de desastres imediatos seja baixo, esta nova informação reforça a importância de continuar monitorando o planeta. Afinal, a Terra está sempre em movimento.