Diariamente, pronunciamos milhares de palavras sem nos darmos conta do quanto elas influenciam quem está ao nosso redor — especialmente as crianças. Em meio à correria, ao cansaço ou ao estresse, é comum recorrermos a frases automáticas que, apesar de parecerem inofensivas, podem abalar a autoestima dos pequenos e interferir na maneira como eles aprendem a lidar com os próprios sentimentos.
Frases que afetam as crianças negativamente
- “Não precisa ter medo”: Embora dita com boa intenção, essa frase pode invalidar os sentimentos da criança. Segundo a psicóloga Blanca Torres, negar o medo ensina a reprimir emoções em vez de enfrentá-las. O ideal é acolher o sentimento e ajudar a criança a lidar com ele de forma saudável.
- “Você me deixa com raiva”: Transferir emoções para a criança prejudica o aprendizado emocional. A psicóloga Amy Morin explica que culpar os filhos pelos sentimentos dos pais os impede de aprender a lidar com emoções. O melhor caminho é explicar com calma o comportamento inadequado e mostrar como controlamos nossas reações.
- “Por que você não é como seu irmão?”: Comparações minam a autoestima e a identidade da criança. A educadora Mariana Martínez afirma que esse tipo de fala faz com que a criança se sinta rejeitada e menos valorizada, o que afeta seu senso de valor próprio.
- “Você é burro?” ou críticas similares: Frases ofensivas podem se tornar a voz interna da criança. A psicóloga Jazmine McCoy alerta que palavras duras são absorvidas e influenciam como a criança enfrentará desafios no futuro. Mesmo em momentos de estresse, é essencial escolher bem as palavras.
- “Para de chorar” ou “Fica calmo”: Tentar silenciar emoções pode ser contraproducente. Especialistas lembram que a criança precisa expressar seus sentimentos antes de se acalmar. Ignorar isso pode levar a explosões emocionais ainda maiores.
- “Porque eu disse”: Essa frase, comum em momentos de cansaço, frustra a criança que busca entender o motivo das regras. A falta de explicação prejudica o desenvolvimento do pensamento crítico. O diálogo, adaptado à idade, é fundamental.
Admitir erros e pedir desculpas quando for preciso também ensina. Afinal, ninguém é perfeito — e demonstrar vulnerabilidade pode ser uma das lições mais poderosas que um pai ou mãe pode transmitir aos filhos.