Analistas da TD Cowen apontam que as plataformas de streaming de empresas de mídia tradicionais, como Warner Bros. Discovery, Disney e Paramount, podem estar chegando ao seu limite. Eles sugerem que essas empresas devem abandonar a venda direta ao consumidor e formar uma aliança para criar um “mega-pacote” de streaming nos próximos três anos, que seria distribuído por grandes players tecnológicos como Apple, Amazon e Google, ou por operadoras de TV a cabo como a Comcast.
Doug Creutz, analista da TD Cowen, explicou ao Business Insider que, embora a produção de conteúdo tenha aumentado, os gastos dos consumidores não acompanharam esse crescimento. Ele acredita que a criação de um pacote de streaming ajudaria a dividir os riscos envolvidos na produção e promoção de conteúdo.
Pacotes de streaming
A TD Cowen projeta que, em 2025, Warner e Disney terão margens de lucro de apenas um dígito nas vendas diretas ao consumidor, enquanto a Paramount e a Comcast reduzirão suas perdas, mas a recuperação ainda não será suficiente para justificar a manutenção do modelo de vendas diretas.
Creutz também observou que as plataformas de streaming têm tentado alcançar a rentabilidade por meio de cortes de custos, aumento de anúncios e elevação dos preços, o que tem impactado negativamente a experiência do consumidor.
A Netflix, que lidera o mercado, não precisaria se preocupar com essa mudança, já que seu valor de mercado superou o das empresas Comcast, Disney, Paramount, Fox e Warner somadas. Contudo, a expansão de pacotes de streaming por parte de concorrentes pode desafiar sua posição dominante globalmente. Por outro lado, serviços como Apple TV+ e Amazon Prime Video não estão incluídos nesse cenário, pois fazem parte de estratégias mais amplas de seus respectivos conglomerados tecnológicos.
Netflix brasileira
O governo brasileiro lançou a plataforma de streaming “Tela Brasil”, com conteúdo 100% nacional. A plataforma, inspirada em serviços como Netflix e Disney+, será disponibilizada no segundo semestre deste ano e oferecerá curtas, médias e longas-metragens brasileiros, incluindo obras atuais e produções já com direitos do governo.
O projeto, com um investimento de R$ 4,2 milhões, contará com 447 filmes no catálogo inicial. A iniciativa visa democratizar o acesso à cultura brasileira e enriquecer o consumo de produções audiovisuais nacionais. O lançamento será gradual.