Um estudo conduzido pela Stato Intoo, em colaboração com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, trouxe à tona os efeitos do etarismo no ambiente corporativo. A pesquisa indica que, embora profissionais mais velhos sejam reconhecidos por sua experiência e confiabilidade, ainda enfrentam estereótipos que limitam suas oportunidades de crescimento na carreira.
A pesquisa revelou que 77,3% dos entrevistados enxergam profissionais com mais de 50 anos como confiáveis, e 80,7% os consideram amigáveis. No entanto, 44% acreditam que eles têm resistência a mudanças, e 24% os veem como pouco inovadores. Além disso, 70% dos participantes apontam que esses trabalhadores enfrentam menos chances de promoção e, frequentemente, são incentivados a se aposentar para abrir espaço para gerações mais jovens.
Etarismo
Candice Fernandes, diretora da Stato Intoo, destaca que esses estereótipos restringem as oportunidades dos profissionais mais velhos. A ideia de que eles enfrentam dificuldades com novas tecnologias acaba impedindo que sua experiência seja devidamente valorizada. Para ela, é essencial uma mudança cultural nas empresas, onde a diversidade geracional seja reconhecida como um diferencial, estimulando a troca de conhecimento entre colaboradores mais experientes e os mais jovens.
O etarismo não se limita aos trabalhadores mais velhos. Profissionais com menos de 25 anos também sofrem com estereótipos, sendo frequentemente vistos como imaturos e inexperientes, o que pode dificultar seu crescimento e limitar suas chances de desenvolvimento na carreira.
Gerações no mercado de trabalho
O avanço do envelhecimento populacional no Brasil torna ainda mais urgente a inclusão de profissionais mais velhos no mercado de trabalho. No entanto, a realidade segue desafiadora: dados do Observatório dos Direitos Humanos revelam que, em 2022, o país registrou um recorde de 4 milhões de idosos atuando na informalidade, um crescimento de 36,6% desde 2020.
Morris Litvak, CEO da Maturi, destaca que a presença de diferentes faixas etárias no ambiente corporativo impulsiona a inovação e a produtividade. Para ele, a criação de políticas de recrutamento mais inclusivas, a implementação de programas de mentoria reversa e a oferta de treinamentos contínuos são estratégias essenciais para garantir oportunidades equitativas para profissionais de todas as idades e combater o etarismo.