Recentemente, os utensílios de cozinha pretos despertaram preocupações sobre possíveis riscos químicos. Um estudo publicado na Science Direct indicou, a princípio, que esses produtos poderiam conter altas concentrações de retardantes de chama, atingindo níveis próximos aos limites de exposição diária definidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos.
Um erro nos cálculos superestimou os riscos dos utensílios de plástico preto, gerando preocupações desnecessárias. Os autores do estudo reconheceram a falha, e a exposição real aos compostos químicos revelou-se até dez vezes menor do que o divulgado inicialmente. Ainda assim, a pesquisa confirmou a presença de substâncias potencialmente nocivas nesses materiais.
Preocupação com o plástico preto
A preocupação com o plástico preto surge do fato de que ele é frequentemente produzido a partir de materiais reciclados, incluindo resíduos eletrônicos. De acordo com a National Geographic, esse tipo de plástico costuma conter substâncias como o retardante de chama BDE-209, um composto químico ligado a possíveis riscos à saúde, como distúrbios endócrinos e potencial efeito cancerígeno.
Além disso, um estudo de 2018 destacou que a coloração escura dos plásticos pretos dificulta sua identificação nos processos de reciclagem, o que amplia seu impacto ambiental. Embora tecnologias como inteligência artificial possam ajudar a minimizar esse problema, ainda existem grandes desafios para garantir seu descarte correto.
Uso dos utensílios na cozinha
Outro aspecto preocupante é o risco de liberação desses compostos químicos durante o uso dos utensílios. Como os retardantes de chama são lipofílicos, eles podem se dissolver em contato com óleos e gorduras, especialmente quando submetidos a altas temperaturas ou após longos períodos de utilização.
O Dr. Ian Musgrave, especialista em toxicologia da Universidade de Adelaide, destaca que utensílios bem conservados não oferecem risco imediato, portanto, não há razão para descartá-los. Já o Dr. Brad Clarke, do Laboratório Australiano de Contaminantes Emergentes, sugere uma postura mais cautelosa. Ele recomenda que os consumidores optem por materiais como madeira, silicone ou aço inoxidável, alinhando-se ao princípio da precaução adotado na ciência ambiental.