Por muitos anos, a temperatura de 37°C foi considerada o valor padrão para o corpo humano. No entanto, um estudo recente da Escola de Medicina de Stanford, publicado na revista JAMA Internal Medicine, sugere que a média atual é de cerca de 36,64°C, um pouco abaixo do que se acreditava.
Essa pesquisa questiona a definição histórica estabelecida por Carl Wunderlich no século XIX, que, após realizar um levantamento com mais de um milhão de medições de 25 mil pacientes, determinou que a temperatura normal do corpo humano era 37°C.
Temperatura do corpo
Liderado pela professora Julie Parsonnet, o estudo revisou 618.306 medições de temperatura oral de adultos em um centro de saúde de Stanford. Para garantir a precisão dos dados, foram considerados apenas registros “normais”, ou seja, excluíram-se aqueles de pacientes com doenças ou em uso de medicamentos que pudessem alterar as medições.
A análise revelou que a temperatura do corpo humano não é constante e varia conforme fatores como idade e momento do dia. Os resultados mostraram que as pessoas mais velhas tendem a apresentar temperaturas corporais ligeiramente mais baixas do que os adultos mais jovens.
Além disso, a pesquisa indicou que a temperatura do corpo humano não segue um padrão uniforme durante o dia. Ela é mais baixa nas primeiras horas da manhã e gradualmente sobe ao longo do dia, atingindo seu pico por volta das 16h. Esse padrão dinâmico desafia a visão anterior de que a ela é estável e invariável ao longo do dia.
Monitoramento da febre
Um dos aspectos destacados pelo estudo é a necessidade de revisar a definição de febre. Segundo os cientistas, com base nos novos dados, a marca tradicional de 37°C como limite para febre pode não ser aplicável a todas as pessoas, pois ela depende de fatores como idade, metabolismo e características individuais. O estudo sugere que a faixa ideal para uma temperatura corporal saudável é entre 35,95°C e 37,33°C, com a média mais precisa sendo 36,64°C.
Essa descoberta tem implicações importantes para a maneira como monitoramos a saúde e entendemos condições como a febre, pois revela que a temperatura corporal pode variar significativamente entre indivíduos. A pesquisa reforça a ideia de que não existe uma “universal” que seja válida para todos, e que cada pessoa apresenta variações térmicas próprias.