Cientistas examinaram sedimentos extraídos do fundo do Grande Buraco Azul, uma vasta cratera submersa situada a aproximadamente 80 quilômetros da costa de Belize. A análise revelou uma tendência preocupante: a ocorrência de ciclones tropicais no Caribe tem aumentado nos últimos 5.700 anos e pode continuar crescendo nas próximas décadas.
Pesquisas anteriores já sugeriam que as mudanças climáticas estão intensificando esses fenômenos. Agora, este novo estudo indica que até 45 ciclones tropicais e furacões podem atingir a região caribenha até o final do século. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Geology.
Aumento da frequência
No decorrer da pesquisa, os cientistas coletaram um núcleo de sedimentos com 30 metros de comprimento do fundo do Grande Buraco Azul. Esse material serviu como um registro contínuo da atividade de tempestades tropicais ao longo de milênios, permitindo estimar a frequência desses eventos na região.
As análises indicam que, historicamente, entre quatro e dezesseis ciclones atingiram a área a cada século. No entanto, nos últimos 20 anos, foram encontradas evidências de nove tempestades tropicais, sugerindo um aumento expressivo na frequência desses fenômenos.
Tipos de ciclones
Os ciclones se formam em áreas de baixa pressão atmosférica, onde o ar quente e úmido sobe, resfria e se condensa, liberando calor e intensificando a tempestade. Dependendo da região onde ocorrem, esses fenômenos recebem diferentes denominações: no Atlântico e no leste do Pacífico, são chamados de furacões; no oeste do Pacífico, são conhecidos como tufões. Quando surgem sobre a terra e atingem velocidades superiores a 400 km/h, passam a ser chamados de tornados.
Os ciclones podem ser classificados em três tipos principais. Os tropicais se formam próximos aos trópicos e são caracterizados por ventos intensos e tempestades severas. Já os subtropicais possuem características intermediárias entre ciclones tropicais e extratropicais, provocando chuvas fortes e ventos intensos. Por fim, os extratropicais surgem em latitudes médias e altas, geralmente associados a frentes frias, apresentando um formato espiralado.