A estudante de doutorado Rumeysa Ozturk, da Universidade Tufts, foi detida por policiais à paisana enquanto caminhava sozinha próximo ao seu apartamento em Somerville, Massachusetts, na noite de terça-feira.
É importante mencionar que o caso gerou indignação entre estudantes e defensores dos direitos civis, levantando preocupações sobre a repressão a manifestações pró-Palestina em universidades americanas.
Ozturk, que é cidadã turca e possuía um visto de estudante F-1 válido, foi abordada por agentes não identificados que cobriram seus rostos e a levaram sem apresentar um mandado ou explicações detalhadas. O caso rapidamente se tornou alvo de protestos e mobilização jurídica para impedir sua deportação.
Transferência ilegal de estudante
Após sua prisão, a estudante foi transportada por vários estados sem que sua família ou advogados fossem informados sobre seu paradeiro. Na manhã seguinte, ela foi levada de avião para um centro de detenção do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) na Louisiana, a mais de 2.400 quilômetros de distância.
Vale mencionar que uma ordem judicial emitida seis horas após sua prisão determinava que Ozturk não poderia ser transferida para fora de Massachusetts sem um aviso prévio de 48 horas. Entretanto, as autoridades a removeram do estado antes de a ordem ser oficialmente recebida.
Durante o período de transferência, a estudante sofreu uma crise de asma e permaneceu incomunicável por mais de 24 horas, sem acesso a advogados ou familiares. O consulado da Turquia tentou localizar a estudante, mas recebeu respostas evasivas do governo norte-americano.
Ação tem motivação política
Ozturk foi detida poucos dias após ter coassinado um artigo crítico à resposta da Universidade Tufts sobre o conflito em Gaza. Autoridades do governo dos EUA alegam, sem fornecer provas, que a estudante estava envolvida em atividades de apoio ao Hamas, organização considerada terrorista pelos EUA.
É importante mencionar que nenhuma acusação formal foi apresentada contra Ozturk, e seu visto foi revogado sem notificação prévia. Organizações de direitos civis denunciam que sua detenção faz parte de uma ação repressiva contra estudantes estrangeiros que expressam apoio à causa palestina.
Na sexta-feira, um juiz federal suspendeu sua deportação e determinou que o governo interrompesse qualquer tentativa de removê-la dos Estados Unidos até nova decisão judicial. Seus advogados agora buscam garantir sua libertação sob fiança e a restauração de seu visto para que ela possa concluir seu doutorado.