Abandonar o cigarro é um grande desafio para aproximadamente 10% dos brasileiros adultos que ainda fumam. O tabagismo está diretamente ligado a diversas doenças graves, incluindo câncer, complicações cardíacas, diabetes e problemas respiratórios, o que torna essencial buscar maneiras de interromper esse hábito para preservar a saúde.
Deixar de fumar vai além da força de vontade. Pesquisas mostram que somente 5% dos fumantes conseguem largar o vício sem suporte, enquanto programas estruturados de cessação aumentam essa taxa para aproximadamente 50%.
Métodos para largar o vício
A nicotina causa dependência ao se conectar a receptores no cérebro, que se multiplicam à medida que o consumo de cigarros aumenta. Ao interromper o uso, esses receptores permanecem ativos, provocando sintomas de abstinência que dificultam a cessação sem auxílio.
Estudos indicam que quem tenta parar sem suporte tem um terço a menos de chances de sucesso em comparação com aqueles que utilizam terapia ou medicamentos. A OMS sugere que a combinação de apoio psicológico com tratamento medicamentoso aumenta as chances de parar de fumar de forma definitiva.
Entre as opções disponíveis, estão a Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), com adesivos, gomas e pastilhas, além de fármacos como bupropiona e vareniclina. No Brasil, o SUS disponibiliza gratuitamente algumas dessas alternativas e oferece acompanhamento psicológico através do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.
Cigarro eletrônico
Embora os cigarros eletrônicos sejam promovidos em alguns países como uma alternativa ao cigarro tradicional, especialistas alertam que eles não ajudam na cessação do tabagismo. Na verdade, pesquisas mostram que a nicotina nesses dispositivos é absorvida de maneira mais rápida e intensa, o que pode aumentar a dependência e dificultar ainda mais o abandono do vício.
No Brasil, a venda de cigarros eletrônicos é proibida desde 2009 pela Anvisa, e a RDC nº 855/2024 ampliou a restrição para fabricação, importação e publicidade. O uso desses dispositivos também é vetado em locais fechados, e a fabricação ou comercialização pode levar a reclusão de 1 a 5 anos, além de multa.