A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que o consumo excessivo de telas pode impactar negativamente o desenvolvimento infantil. Pensando nisso, o desenho infantil “CoComelon” tem sido alvo de debates devido ao seu potencial efeito viciante nas crianças.
Vale mencionar que o programa infantil “CoComelon” é uma animação voltada para o público infantil que combina músicas educativas com animações coloridas e cativantes. Lançado em 2006 por Jay Jeon, o canal no YouTube rapidamente se tornou um dos mais populares da plataforma, acumulando bilhões de visualizações.
Outro detalhe importante é que os episódios, com duração média de cinco minutos, abordam temas como sentidos, alimentação saudável, organização pessoal e higiene, utilizando personagens diversificados que refletem a realidade das crianças.
A estrutura dos episódios é cuidadosamente projetada para prender a atenção dos pequenos, empregando mudanças rápidas de cena, cores vibrantes e músicas repetitivas. Essa abordagem tem sido eficaz em manter as crianças engajadas, mas também levanta preocupações entre especialistas em desenvolvimento infantil.
Desenho infantil pode causar dependência em crianças?
Especialistas apontam que a rápida sucessão de cenas e os estímulos constantes presentes em “CoComelon” podem levar à superestimulação do cérebro infantil. Essa superestimulação está associada à liberação excessiva de dopamina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer e recompensa.
O médico norte-americano Joe Whittington, conhecido como Dr. Joe, alerta que essa liberação contínua de dopamina pode diminuir a capacidade de atenção das crianças a longo prazo. Ele recomenda equilibrar o tempo de tela com atividades como brincadeiras ao ar livre e leitura de livros para promover um desenvolvimento cerebral saudável.
Observa-se que crianças acostumadas a esse nível de estímulo podem apresentar dificuldades em se engajar em atividades mais lentas e menos estimulantes, como leitura ou brincadeiras criativas.
Além disso, há relatos de pais que notam comportamentos como irritabilidade e birras quando o acesso ao desenho é restringido, indicando uma possível dependência do conteúdo.
Recomendações para os pais
Diante dessas preocupações, é fundamental que os pais monitorem e limitem o tempo de exposição das crianças a “CoComelon” e conteúdos similares. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças de até dois anos evitem o uso de telas, e que, para crianças maiores, o tempo de tela seja limitado e sempre supervisionado.
Incorporar atividades como brincadeiras ao ar livre, leitura e interações sociais no cotidiano das crianças contribui para um desenvolvimento mais equilibrado e saudável.
Vale mencionar que “CoComelon” oferece conteúdos educativos que podem ser benéficos quando consumidos com moderação. Entretanto, é importante que os pais estejam atentos aos sinais de superestimulação e dependência, buscando sempre equilibrar o entretenimento digital com outras formas de aprendizado e diversão.