Cientistas têm reunido evidências convincentes de que um animal mamífero marinho de grande porte pode ultrapassar os 200 anos de vida.
Análises detalhadas feitas por especialistas em biologia marinha e envelhecimento confirmaram a existência de indivíduos vivos nos oceanos desde o século XIX.
Essa descoberta não apenas impressiona pela longevidade em si, mas também pelo potencial que esses animais oferecem para a compreensão de processos biológicos que retardam o envelhecimento.
Esse animal está vivo no oceano há mais de 200 anos
A espécie em questão é a baleia-da-groenlândia, também conhecida pelo nome científico Balaena mysticetus.
Habitante típica das águas congelantes do Ártico, essa baleia se destaca não apenas pelo tamanho — com corpos que podem atingir até 20 metros e uma boca gigantesca — mas também pela capacidade única de viver por dois séculos ou mais.
Embora muitas espécies de cetáceos tenham vida longa, a baleia-da-groenlândia está em outro patamar.
As estimativas sobre sua idade não se baseiam em suposições, mas em métodos científicos rigorosos. Um dos principais procedimentos envolve a análise das lentes dos olhos do animal.
Ao longo dos anos, essas estruturas oculares acumulam ácido aspártico, um aminoácido que se transforma lentamente em sua forma espelho (um processo chamado racemização).
Medindo essa taxa de transformação, os pesquisadores conseguem calcular a idade do animal com impressionante precisão. Com esse método, já foi identificada uma baleia com 211 anos.
Em outra ocasião, em 2007, uma descoberta chamou a atenção dos cientistas e do público: caçadores indígenas encontraram uma baleia com fragmentos de um arpão incrustado em seu corpo.
A arma foi datada do ano de 1880, o que indicava que o animal já havia sobrevivido por mais de 130 anos, no mínimo.
Animal que vive 200 anos tem poucos predadores naturais
A longevidade extraordinária dessa espécie está ligada a uma série de fatores, como o crescimento corporal lento, a maturidade sexual tardia (que só ocorre entre os 18 e 33 anos), o espaçamento entre as gestações e a baixa presença de predadores naturais.
Pesquisadores e biólogos apontam que essas baleias desenvolveram mecanismos celulares capazes de resistir ao envelhecimento e a várias doenças degenerativas.
Apesar de impressionante, a baleia-da-groenlândia não ocupa o primeiro lugar no ranking de longevidade animal.
O molusco conhecido como quahog-do-oceano já teve exemplares identificados com mais de 500 anos de idade, reforçando que os oceanos ainda guardam segredos surpreendentes sobre o tempo e a vida.