O termo chemsex (sexo químico) refere-se ao uso de substâncias psicoativas antes ou durante o sexo, com o intuito de aumentar a desinibição ou intensificar o prazer. Embora a prática seja antiga, o termo foi cunhado por David Stuart e seus colegas em Londres, no início dos anos 2000. O primeiro estudo sobre o tema foi realizado pela London School of Hygiene & Tropical Medicine, em 2014.
O chemsex é caracterizado pelo uso de substâncias psicoativas antes ou durante o ato sexual, com o objetivo de aumentar a euforia, a libido e a desinibição. Essas drogas se distinguem de outras usadas em contextos sexuais, como álcool, Viagra e poppers, que são considerados “adicionais” nesse cenário. No Brasil, a prática tem ganhado mais visibilidade, especialmente após a pandemia de covid-19.
Drogas usadas no chemsex
- Metanfetamina (tina): Estimulante do sistema nervoso central. Aumenta os níveis de dopamina, serotonina e noradrenalina. Proporciona um estado de alerta elevado e euforia. Intensifica o prazer sexual.
- Cocaína: Estimulante do sistema nervoso central, também aumenta os níveis de dopamina.
- GHB (Ácido Gamma-Hidroxibutírico): Substância psicotrópica. Controlada e proibida no Brasil. Listada pela Anvisa como substância de uso proscrito. Está sujeita a controle especial pela Portaria SVS/MS nº 344/98. Produção, venda, posse e uso não autorizados são ilegais.
- Mefedrona: Uma catinona sintética. Age no sistema de recompensa do cérebro, aumentando os níveis de dopamina e potencializando a sensação de prazer.
Embora o álcool seja legal, seu uso combinado com outras drogas no chemsex pode aumentar os riscos. O consumo excessivo de álcool, aliado a substâncias psicoativas, diminui a percepção de riscos, levando ao sexo sem proteção e aumentando a chance de contrair DSTs como HIV, sífilis e gonorreia.
Riscos da prática
A mistura de várias substâncias psicoativas nessa prática pode levar a overdoses, cujos sintomas incluem taquicardia, pressão arterial elevada, dores no peito, danos renais e convulsões, com risco de resultar em consequências fatais.
O uso contínuo dessas substâncias pode resultar em dependência química, fazendo com que alguns indivíduos só consigam ter relações sexuais enquanto sob efeito dessas drogas. Além disso, o uso prolongado pode ocasionar distúrbios psiquiátricos, como psicose, depressão e até pensamentos suicidas.