O mercado corporativo tem enfrentado sucessivas ondas de demissões, frequentemente destacadas nas redes sociais e na imprensa especializada. Em 2024, o setor de tecnologia eliminou aproximadamente 130.000 empregos, refletindo uma tendência que também atinge outras áreas. No entanto, o impacto sobre os profissionais que continuam nas empresas após essas demissões recebe pouca atenção.
O termo “síndrome do sobrevivente no trabalho” refere-se às respostas emocionais, psicológicas e comportamentais dos funcionários que permanecem após demissões, conceito baseado em pesquisas sobre a reação a eventos traumáticos. Esses profissionais enfrentam o desafio de conciliar emoções conflitantes e a incerteza em relação ao futuro na empresa.
Sobreviventes da demissão
As demissões afetam significativamente os funcionários que continuam na empresa, trazendo um misto de alívio por manterem seus empregos e culpa pela saída dos colegas, além de desgaste emocional. A falta de clareza sobre funções, estabilidade e futuro da organização aumenta a ansiedade, enquanto a carga de trabalho tende a se intensificar com a redução da equipe.
O enxugamento da equipe pode aumentar conflitos internos e a sensação de isolamento entre os funcionários. Além disso, a pressão para demonstrar produtividade se intensifica, levando muitos a trabalharem excessivamente e a adotarem um padrão de perfeccionismo para justificar sua permanência na empresa.
Como lidar com essa nova realidade?
- Aceitação: Reconheça e valide seus sentimentos. Converse com colegas, escreva sobre suas emoções ou procure apoio profissional.
- Avaliação: Entenda as novas dinâmicas da organização, suas prioridades e seu papel dentro desse contexto.
- Reinvenção: Enxergue essa fase como uma oportunidade de crescimento. Identifique novas formas de agregar valor à empresa e desenvolver habilidades.
- Reconstrução: Defina metas de curto prazo e elabore um plano estratégico para se adaptar à nova realidade com resiliência.
Os funcionários que permanecem após demissões desempenham um papel essencial na reestruturação da empresa. Apesar dos desafios, adotar uma postura proativa e estratégica pode converter a incerteza em oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional.