O aumento dos preços tem feito com que consumidores brasileiros busquem alternativas para economizar, recorrendo a aplicativos de supermercados, grupos de WhatsApp e folhetos digitais para comparar valores e aproveitar promoções. Um levantamento da consultoria PwC revela que 51% dos brasileiros usam o smartphone dentro dos supermercados para checar preços, percentual significativamente superior à média global de 36%.
Diante da alta dos preços, muitos consumidores têm trocado marcas conhecidas por opções mais acessíveis e preferido levar marmitas ao trabalho em vez de comer fora. De acordo com a empresa de benefícios Valecard, os gastos em supermercados aumentaram 55%, enquanto os pagamentos em restaurantes registraram uma queda de 29%.
Economia no mercado
A expansão das redes de atacarejo acompanha essa transformação no comportamento do consumidor. Para alcançar um público mais diverso, essas redes têm investido em unidades em regiões centrais e ampliado a oferta de produtos de maior valor agregado. Paralelamente, a digitalização do consumo impulsionou estratégias mais avançadas de economia, como o uso combinado de vários aplicativos para comparação de preços e o acompanhamento contínuo de promoções.
De acordo com um estudo da plataforma de escuta social Palver, existem pelo menos 1.375 grupos no WhatsApp e 231 no Telegram dedicados à troca de promoções. Nesses espaços, consumidores compartilham diariamente descontos em alimentos, produtos de limpeza e eletrodomésticos.
Especialistas ressaltam que a busca constante por descontos pode se tornar prejudicial sem um planejamento adequado. Dedicar muito tempo a economias pontuais pode não trazer benefícios reais se não houver uma organização financeira mais abrangente.
Medidas do governo para a alta nos alimentos
Diante desse cenário, o governo anunciou um conjunto de medidas para tentar conter a alta dos preços dos alimentos; incluindo a isenção do imposto de importação sobre produtos como óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos, café, carnes, açúcar, milho e massas. Além disso, outras ações serão implementadas:
- Flexibilização da fiscalização sanitária: Produtos de origem animal poderão circular entre estados e municípios sem inspeção nacional, apenas com fiscalização municipal (por um ano).
- Fortalecimento dos estoques reguladores: Governo reforçará reservas de alimentos para conter altas de preços; atualmente, os estoques estão baixos.
- Divulgação de preços mais baixos: Parceria com atacadistas para promover listas de produtos em oferta.
- Plano Safra direcionado à cesta básica: Prioridade para a produção de alimentos essenciais.
- Redução do ICMS: Apelo aos governadores para cortar o imposto estadual sobre itens da cesta básica.
Estratégias de consumo consciente, somadas às novas medidas do governo, podem minimizar o impacto da inflação e garantir um alívio no orçamento das famílias.