Segundo a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBME), o Brasil possui um dos maiores patrimônios espeleológicos do mundo, com milhares de cavernas catalogadas. Porém, algumas vão além da ciência e alimentam narrativas repletas de mistério.
Esse é o caso da Gruta do Carimbado, em São Tomé das Letras, no Sul de Minas Gerais, apontada por relatos místicos como um possível portal dimensional até Machu Picchu, no Peru.
A lenda, que atrai curiosos, turistas e pesquisadores há décadas, sugere que uma conexão subterrânea entre as duas localidades permitiria o transporte imediato por meio de uma dobra no espaço-tempo.
A teoria, inspirada na própria física moderna, se baseia nos princípios da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, que prevê, em tese, essa possibilidade — embora ainda sem viabilidade tecnológica conhecida.
O labirinto de cavernas a dobra de tempo-espaço
É importante mencionar que a ideia do portal interdimensional ganhou força a partir de estudos esotéricos e experiências descritas por historiadores ligados ao misticismo da cidade.
Um deles, Luiz Noronha, conhecido como Tatá, teria registrado em seus livros um episódio em que perdeu a noção do tempo dentro da gruta. De acordo com os relatos, ele entrou em uma sexta-feira e saiu apenas no domingo, após sentir alterações físicas e sensoriais ao adentrar os túneis profundos do local.
Outro detalhe importante é que São Tomé das Letras é considerada por estudiosos do esoterismo como um dos sete pontos energéticos da Terra.
Isso reforçaria a possibilidade metafísica de ativação de portais como o que estaria escondido no coração do labirinto da Gruta do Carimbado, ponto atualmente inacessível por conta de assoreamentos naturais e da interdição determinada pelo Ministério Público Ambiental, com base em questões de manejo e preservação ambiental.
Mistérios interditados e fascínio turístico
A Gruta do Carimbado, situada próxima à enigmática Ladeira do Amendoim, está fechada ao público desde 2011. Isso porque o avanço do assoreamento bloqueou trechos importantes do percurso subterrâneo, impedindo a exploração segura do local. Grupos de espeleologia tentaram mapear a caverna, mas não conseguiram ir além de um ponto considerado falso final da trilha.
Além disso, o local permanece sem acesso turístico oficial, uma vez que o proprietário da área não retomou as atividades. Ainda assim, o interesse persiste, alimentado tanto por relatos ufológicos quanto por lendas sobre fadas, gnomos e civilizações antigas.