Entre os muitos produtos alimentícios que tiveram aumentos expressivos nos últimos anos, o azeite de oliva se destacou como um dos mais impactados.
Presente nas mesas brasileiras e valorizado tanto pelo sabor quanto pelas propriedades nutricionais, o alimento viu seus preços dispararem, surpreendendo até os consumidores mais atentos.
Apesar da alta ter parecido repentina, a causa por trás dela é bastante objetiva — e, segundo um especialista, há boas chances de que o cenário melhore em breve.
Especialista diz que preço do azeite pode cair em breve
Em entrevista ao Estadão, Ricardo Castanho, especialista em azeites e instrutor na Associação Brasileira de Sommeliers (ABS), explicou que a disparada nos preços está diretamente relacionada às quebras de safra enfrentadas por grandes produtores, especialmente a Espanha.
O país é responsável por cerca de 40% da produção global de azeite, e as últimas safras foram severamente afetadas por longos períodos de seca e temperaturas extremas.
Essa redução drástica na oferta fez com que os preços subissem em todo o mundo, refletindo diretamente nas prateleiras dos supermercados brasileiros.
Entretanto, Castanho aponta que a colheita mais recente, referente à safra europeia de 2024/2025, trouxe números mais animadores.
Com melhores condições climáticas, os produtores conseguiram recuperar parte da produtividade perdida, o que pode indicar uma retomada no equilíbrio entre oferta e demanda.
Segundo o especialista, isso abre margem para uma queda nos preços ainda no segundo semestre de 2025, caso o mercado siga reagindo positivamente.
Consumidor brasileiro pode adotar estratégias para continuar utilizando azeite
Enquanto o valor do produto não recua, o consumidor brasileiro pode adotar algumas estratégias para continuar utilizando azeite sem comprometer tanto o bolso.
Castanho recomenda observar com atenção os rótulos, dando preferência a azeites extravirgens mais frescos e produzidos em regiões próximas, como Brasil, Chile e Argentina.
Esses produtos, além de reduzirem o impacto logístico no custo final, costumam manter melhor suas características sensoriais.
Outra sugestão é racionalizar o uso: manter um azeite de maior qualidade para finalizações e pratos frios, e utilizar versões mais acessíveis em preparos quentes, onde parte do aroma e do sabor se perde naturalmente com o calor.
Assim, é possível manter o azeite na rotina sem abrir mão da qualidade ou extrapolar o orçamento.
A perspectiva de queda nos preços traz um alívio possível no horizonte — mas até lá, escolhas conscientes são a melhor ferramenta do consumidor.