Nos últimos dias, voltou à tona um antigo receio: o risco de um tsunami atingir o Brasil em decorrência de uma erupção vulcânica nas Ilhas Canárias.
O assunto, que circula nas redes sociais e ganhou força recentemente, tem origem na repercussão da série “Inferno em La Palma”, da Netflix.
A trama levantou dúvidas entre os brasileiros sobre a real possibilidade de um desastre natural dessa magnitude afetar o litoral do país.
Erupção de vulcão nas Ilhas Canárias pode desencadear tsunami no Brasil?
A minissérie norueguesa retrata a história de uma família em férias na ilha de La Palma, quando o vulcão Cumbre Vieja entra em atividade e provoca um colapso que gera um gigantesco tsunami, devastando as costas banhadas pelo Atlântico, incluindo a América do Sul.
Embora baseada em uma hipótese científica real proposta em 2001, a narrativa é uma obra de ficção. A teoria original sugeria que uma grande ruptura no flanco do vulcão poderia lançar toneladas de rochas no mar, criando ondas capazes de atravessar o oceano.
No entanto, para os brasileiros preocupados com um tsunami em nosso território, é importante explicar que especialistas afirmam que esse cenário é extremamente improvável.
Pesquisadores renomados, como George Pararas-Carayannis, da Tsunami Society International, ressaltam que a probabilidade de um colapso desse porte acontecer é remota.
Estudos mais recentes indicam que, mesmo no pior dos casos, as ondas que atingiriam o Brasil teriam altura similar às de tempestades comuns, entre um e dois metros.
Além disso, o Serviço Geológico dos Estados Unidos reforça que eventos dessa natureza levariam centenas de milhares de anos para se concretizar.
Brasil não está preparado para tsunamis, diz especialista
A preocupação com a preparação brasileira, porém, não é nova. Desde 2021, quando o Cumbre Vieja de fato entrou em erupção, especialistas locais alertam que o país carece de sistemas de alarme e planos de evacuação em caso de tsunamis.
Geólogos como Mauro Gustavo Reese Filho, da Universidade Federal do Paraná, defendem que mesmo possibilidades remotas exigem atenção preventiva.
Em entrevista concedida à Agência Brasil na época, ele afirmou que a falta de informação e de estrutura de resposta pode agravar os danos, caso um evento extremo ocorra, ainda que as chances sejam baixíssimas.
Assim, embora a ficção tenha acendido o alerta popular, os cientistas garantem: o risco de um tsunami devastador vindo das Ilhas Canárias é mínimo. Ainda assim, medidas preventivas são consideradas essenciais para garantir a segurança das populações costeiras.