Meses após enfrentar duras críticas pela lentidão no restabelecimento de energia em diversas cidades da Grande São Paulo, a Enel anunciou uma reformulação em sua identidade visual.
A mudança ocorre em um momento delicado para a concessionária italiana, que viu sua imagem ser desgastada por uma série de apagões durante o último verão, provocados por chuvas intensas e furtos de cabos, junto a lentidão da empresa para resolver o problema.
A situação gerou forte reação negativa da população e, segundo pesquisas divulgadas na época, muitos consumidores manifestaram o desejo de que a empresa deixasse o país.
Enel decide mudar logomarca em meio a polêmicas
Em meio a esse cenário, a Enel busca reposicionar sua imagem junto aos brasileiros e passa a adotar uma nova logomarca com as cores verde, amarela e azul, em alusão à bandeira nacional.
A atualização visual da marca começará a ser percebida pelos clientes a partir de maio, quando a nova identidade aparecerá nas contas de luz. Em abril, as faturas já estão sendo usadas para informar os consumidores sobre a mudança.
Segundo a empresa, o processo de transição será gradual e abrangerá não apenas os materiais impressos, mas também as lojas físicas, veículos operacionais, canais digitais e os uniformes das equipes técnicas.

Inicialmente, três unidades presenciais — em Taboão da Serra (SP), São Gonçalo (RJ) e no centro de Fortaleza (CE) — já passarão a exibir a nova identidade. O restante do parque físico e da frota será atualizado progressivamente.
Essa movimentação de imagem ocorre no contexto de um ambicioso plano de investimentos. A Enel anunciou que pretende aplicar R$ 25,3 bilhões no Brasil, entre 2025 e 2027, com foco nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
A promessa é modernizar a rede de distribuição, com ações voltadas à digitalização, automação e reforço na capacidade de resposta em situações críticas.
Enel pode ter concessão prorrogada por mais 30 anos
Apesar dos problemas recentes, a companhia está entre as distribuidoras que poderão ter seus contratos prorrogados por mais 30 anos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já aprovou a possibilidade de renovação antecipada, o que inclui a concessão paulista da Enel.
No entanto, a Prefeitura de São Paulo manifestou-se contrária à renovação e estuda medidas judiciais.
A Aneel, por sua vez, ressaltou que ainda há processos abertos de fiscalização que podem influenciar a decisão final sobre a continuidade do contrato.