Com a vitória de Donald Trump em 2024, os imigrantes ilegais nos Estados Unidos deve voltar para a rotina de tensão e medo. Essa é a realidade vivida por Keila e Sebastião Menezes, que deixaram o Brasil em 2001 em busca de um futuro melhor, mas que encontraram o terror da deportação.
Sem documentos e sem falar inglês, a família enfrentou desde o início os desafios de viver na clandestinidade. Foi quando sofreu uma abordagem policial, aparentemente simples, que veio à tona o peso de uma vida de incertezas. O pior é que com o passar do tempo, a tensão só aumentou.
Trabalhando como faxineiros e vivendo com o temor constante de deportação, o casal tomou precauções. Ensinaram as filhas sobre a possibilidade de separação e criaram um sistema para emergências: celulares com contatos úteis, cartões com endereços alternativos e um cofre com documentos e dinheiro para passagens de volta ao Brasil.
Imigrantes buscam por estabilidade
Outro detalhe importante foi a dificuldade de aprendizado e adaptação. Sem dominar o inglês, Keila e Sebastião contaram com a solidariedade de empregadores e comunidades locais. Aulas de inglês eram realizadas no porão de uma igreja, às escondidas, para evitar ações da imigração.
O ataque às Torres Gêmeas, em 2001, intensificou o preconceito contra estrangeiros, especialmente os que não tinham documentos. Esse cenário agravou o isolamento e a insegurança de muitos imigrantes.
Histórias de deportações na comunidade ecoavam como alertas. Em um caso, um conhecido envolveu a família ao tentar enviar bijuterias para o Brasil, classificadas pela fiscalização como contrabando. Isso levou Keila e Sebastião a se mudarem às pressas, na calada da noite, para evitar serem localizados.
Brasileiros que são exemplo de resiliência
Vale mencionar que, mesmo com tantos desafios, o casal não desistiu de buscar estabilidade. Sebastião declarava imposto anualmente, na esperança de um dia regularizar sua situação. No entanto, um erro no preenchimento de papéis, cometido por uma notária, frustrou o processo.
Essa realidade de medo constante, mas também de luta e resiliência, é compartilhada por milhões de famílias que vivem como imigrantes ilegais nos Estados Unidos, enfrentando desafios diários para garantir um futuro digno para seus filhos.