O câncer gástrico, uma das doenças que mais preocupam especialistas da saúde no Brasil, foi o responsável pela morte do ator Ramón Valdés, famoso por interpretar o icônico Seu Madruga no seriado Chaves.
Vale mencionar que o avanço dessa patologia no país tem gerado alertas entre os profissionais de saúde, especialmente pelo fato de ser um tipo de câncer silencioso e de difícil diagnóstico em estágios iniciais.
O avanço do câncer gástrico e sua relação com o tabagismo
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 21 mil novos casos de câncer gástrico foram registrados no Brasil em 2022, configurando-se como a quarta maior causa de morte por neoplasias no país.
Esse cenário tende a piorar com o aumento do consumo de alimentos processados e o estresse da vida moderna.
Ramón Valdés foi diagnosticado com câncer no estômago em 1985, após sentir dores e enjoos frequentes. Após a descoberta, o ator precisou passar por uma cirurgia para a retirada de 70% do órgão.
Apesar do procedimento bem-sucedido, os médicos foram claros ao afirmar que ele deveria abandonar o tabagismo para aumentar suas chances de sobrevida. Entretanto, Valdés continuou fumando, um fator que pode ter acelerado a progressão da doença.
Desafios no tratamento da doença
A situação do ator se agravou em 1988, quando ele começou a sentir fortes dores e fraqueza extrema. Durante uma viagem ao Peru para gravação de comerciais, Valdés sofreu um acidente ao desembarcar do avião, sendo levado de volta ao México. Os exames revelaram metástases espalhadas pelo corpo, incluindo ossos da coluna, pescoço e pernas.
O agravamento da doença fez com que o ator tivesse dificuldades para se alimentar e respirar, tornando necessária a internação. Em 9 de agosto de 1988, à 01h53, Valdés faleceu, deixando uma legião de fãs saudosos de seu humor irreverente.
Vale mencionar que o tabagismo é um dos principais fatores de risco não apenas para o câncer gástrico, mas também para o câncer de pulmão. Projeções do INCA indicam que, se mantido o padrão de consumo de tabaco no país, os casos de câncer de pulmão podem aumentar em 65% até 2040.
Sendo assim, especialistas reforçam a necessidade de campanhas preventivas e diagnóstico precoce para reduzir os impactos da doença.
Outro detalhe importante é que, além dos danos à saúde, o câncer de pulmão gera custos elevados para o sistema de saúde pública. De acordo com estudos, os gastos diretos com tratamento e perda de produtividade ultrapassam R$ 9 bilhões por ano, enquanto a arrecadação de impostos pela indústria do tabaco cobre apenas 10% desse valor.