A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) projeta uma redução de 22% na produção de ovos de Páscoa em 2025, com estimativa de 45 milhões de unidades, contra 58 milhões em 2024.
Além disso, o aumento no preço dos chocolates torna a compra ainda mais cara para os consumidores. Esse aumento nos preços é atribuído a fatores como as mudanças climáticas e doenças que afetam as lavouras de cacau, como o “vírus do broto inchado do cacau” (CSSV), que prejudica o crescimento das plantas.
Crise de cacau
O vírus afetou cerca de 60% da produção global de cacau, com maior impacto nos países da África Ocidental, como Costa do Marfim e Gana, que são responsáveis por mais da metade da produção mundial. O Brasil, apesar de ainda figurar entre os maiores produtores, ocupa atualmente a sexta posição, com apenas 4% do total global.
Embora o país cultive parte do cacau que consome, principalmente nos estados do Pará e Bahia, o Brasil já não é autossuficiente, o que faz com que dependa das importações para suprir sua demanda interna. As maiores exportações para o Brasil vêm de países como Costa do Marfim e Gana, que são os maiores produtores do mundo.
Histórico da indústria
A indústria cacaueira já enfrentou crises semelhantes no passado. Na década de 1970, o mercado global de cacau viveu um colapso, com preços elevados seguidos de uma superprodução que resultou em uma queda acentuada nos valores.
Por muitos anos, ele foi tratado como uma commodity de baixo custo, dificultando o ajuste nos preços e prejudicando as condições de trabalho dos produtores, que ainda lidam com problemas como trabalho infantil e até escravidão.
O aumento recente nos preços do cacau é uma tentativa de corrigir essas desigualdades históricas. No entanto, a crise atual traz dificuldades para toda a cadeia produtiva, afetando desde pequenos agricultores até grandes marcas.