Dados atualizados do Censo Demográfico 2022 revelam que o envelhecimento populacional no Brasil tem avançado mais rapidamente do que o previsto. O fenômeno acende um alerta para a chamada geração prateada, termo que remete ao cabelo grisalho e classifica consumidores com 50 anos ou mais, e destaca sua crescente influência sobre o consumo doméstico.
Segundo um estudo inédito da Data8, especializada em pesquisa e inovação no mercado da longevidade, a fatia desse público nas despesas das famílias deve saltar dos atuais 24% em 2024 para 35% em 2044, alcançando R$ 3,8 trilhões em valores corrigidos.
A análise, feita a partir da metodologia aplicada em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), projeta que a geração prateada será um dos principais motores da economia brasileira nas próximas décadas.
Isso porque, além de consumirem mais, muitos indivíduos desse grupo também sustentam financeiramente suas famílias, reforçando seu papel como agentes econômicos ativos.
Novos mercados deve pertencer a geração ‘prateada’
É importante mencionar que esse crescimento não se restringe a números absolutos. Ele impacta diretamente diferentes setores da economia, principalmente saúde, mobilidade, tecnologia e turismo.
Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) revelam, por exemplo, que os gastos com saúde representam 11% do orçamento mensal entre os consumidores de 50 a 54 anos, subindo para 21% entre os com 80 anos ou mais. Já os gastos com vestuário e lazer diminuem com o avançar da idade, refletindo um consumo mais seletivo, voltado a qualidade, conforto e bem-estar.
Além disso, a geração prateada está cada vez mais conectada. O uso crescente de plataformas digitais, cursos online e redes sociais amplia o alcance das marcas e exige das empresas uma reformulação em seus processos, desde embalagens mais legíveis até canais de atendimento acessíveis e humanizados.
Um novo paradigma para empresas e políticas públicas
Vale mencionar que, de acordo com projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), pessoas com 50 anos ou mais representarão 43,2% da população brasileira em 2050, podendo ultrapassar 50% até 2078.
Esse cenário desafia o setor público e o privado a repensarem estratégias, produtos e serviços, reconhecendo a diversidade dentro da própria geração prateada, que inclui desde profissionais ainda ativos no mercado de trabalho até idosos na chamada “quarta idade”.
