A ciência da Terra pode estar diante de uma revolução no entendimento do manto terrestre. Um estudo recente revelou novas informações sobre gigantescas formações subterrâneas próximas ao núcleo do planeta, que intrigam cientistas e podem reescrever teorias geológicas.
De acordo com pesquisas conduzidas por especialistas da Universidade de Utrecht, na Holanda, e divulgadas pelo IFLScience, existem formações colossais sob a África e o Oceano Pacífico, situadas na parte mais profunda do manto terrestre.
Essas estruturas, conhecidas como Províncias de Baixa Velocidade de Cisalhamento (LLSVPs, na sigla em inglês), foram detectadas a partir da análise de ondas sísmicas geradas por terremotos.
Vale mencionar que essas formações, apelidadas de “blobs”, apresentam composição e temperatura distintas do restante do manto inferior. A estrutura sob a África, chamada “Tuzo”, por exemplo, tem impressionantes 800 quilômetros de altura – cerca de 90 vezes o tamanho do Monte Everest.
Teorias sobre a Terra
Vale mencionar que ainda não há consenso sobre a origem dessas estruturas, mas existem algumas hipóteses em estudo. Uma delas sugere que essas formações sejam restos de crosta oceânica subduzida ao longo de bilhões de anos. Outra teoria ainda mais intrigante propõe que os “blobs” são fragmentos de um planeta antigo chamado Theia.
Isso porque, segundo estudos, Theia teria colidido com a Terra há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, lançando detritos que formaram a Lua. Algumas pesquisas indicam que partes do manto desse planeta hipotético, mais densas, poderiam ter se misturado ao interior terrestre e sobrevivido até hoje.
O impacto da descoberta geológica
O estudo das ondas sísmicas, ferramenta essencial para entender o interior do planeta, tem fornecido informações valiosas sobre o manto terrestre. É importante mencionar que o manto é uma camada intermediária entre a crosta e o núcleo, composto por rochas, magnésio e ferro.
Outro detalhe importante é que a diferença entre o manto e a crosta terrestre foi descoberta pelo geofísico croata Andrija Mohorovičić (1857-1936), cujo estudo de ondas sísmicas revolucionou a geologia. Agora, as novas descobertas podem levar a mudanças significativas na compreensão da dinâmica interna da Terra.
Além disso, cientistas buscam aprofundar as pesquisas utilizando novas técnicas, como a análise do amortecimento das ondas sísmicas, que mede a perda de energia enquanto atravessam diferentes camadas da Terra. Com isso, espera-se avançar na compreensão da composição dessas misteriosas estruturas subterrâneas.