O campo magnético da Terra, responsável por proteger o planeta da radiação solar, tem exibido mudanças significativas nas últimas décadas. Segundo cientistas que monitoram o fenômeno, o Polo Norte magnético, uma das principais referências para sistemas de navegação e GPS, tem migrado rapidamente em direção à Rússia.
Essa movimentação, descrita como sem precedentes pelos cientistas, revela um comportamento incomum do núcleo da Terra, onde o campo é gerado.
Desde sua descoberta em 1831 no norte do Canadá, o Polo Norte magnético já se deslocou mais de 2.300 quilômetros. Vale mencionar que a aceleração mais significativa foi registrada a partir da década de 1990, quando sua velocidade passou de 15 km por ano para impressionantes 55 km anuais.
Entretanto, é importante mencionar que, nos últimos anos, esse ritmo desacelerou para cerca de 35 km por ano, comportamento que os especialistas ainda buscam entender.
Impacto do comportamento do Polo Norte
É importante mencionar que as mudanças no posicionamento do Polo Norte magnético afetam diretamente a precisão de sistemas de navegação, especialmente aqueles que dependem do Modelo Magnético Mundial (WMM).
Revisado a cada cinco anos, o WMM é usado amplamente, desde navegadores de aviões e navios até aplicativos de smartphones. Este ano, pela primeira vez, um modelo de alta resolução foi disponibilizado, embora sua aplicação ainda esteja limitada devido às capacidades técnicas dos dispositivos de consumo.
Vale mencionar, também, que a movimentação do campo magnético não é um fenômeno recente. A Terra já enfrentou eventos ainda mais dramáticos, como inversões de polaridade, nas quais os polos magnéticos norte e sul se invertem.
A última grande inversão ocorreu há cerca de 780 mil anos, e especialistas acreditam que tais mudanças podem levar milhares de anos para se completar.
Riscos e possíveis cenários
Uma inversão polar poderia trazer implicações significativas para o planeta. Sistemas de comunicação por rádio, satélites e até animais migratórios, como baleias e aves, que dependem do campo magnético para orientação, estariam entre os mais afetados.
Outro detalhe importante é o enfraquecimento da magnetosfera durante esses eventos, que deixaria a Terra mais vulnerável à radiação solar e ao clima espacial. Embora ainda haja muitas incertezas, as recentes flutuações reforçam a necessidade de monitoramento contínuo e investigações sobre o comportamento do campo magnético terrestre.