O governo federal lançou uma nova modalidade de empréstimo consignado voltada exclusivamente para trabalhadores do setor privado com carteira assinada (CLT).
A iniciativa, batizada de Crédito do Trabalhador, permite que os empregados formais solicitem empréstimos com desconto automático em folha de pagamento, diretamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.
A expectativa é oferecer taxas de juros mais baixas do que as praticadas em outros tipos de crédito, já que o risco de inadimplência é menor para os bancos.
A nova funcionalidade inclui empregados domésticos, rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEIs), abrangendo cerca de 47 milhões de trabalhadores em todo o país.
Com a liberação da linha de crédito, o governo busca ampliar o acesso a empréstimos com condições mais vantajosas para quem tem vínculo formal de trabalho.
Como fazer simulação do empréstimo para quem tem carteira assinada
Para iniciar o processo de contratação do empréstimo, o trabalhador precisa baixar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos. Após o download, é necessário fazer login com uma conta do gov.br.
No menu inferior do aplicativo, o usuário deve acessar a aba “Crédito do Trabalhador” e, em seguida, autorizar o uso dos dados trabalhistas registrados no eSocial.
Essa autorização permite que as instituições financeiras analisem informações como salário, tempo de empresa e margem consignável.
Depois disso, o trabalhador pode clicar em “Simular empréstimo”, escolher o valor desejado e o número de parcelas. O sistema então apresenta uma simulação com valores aproximados de parcelas e juros.
Caso o usuário esteja de acordo, ele poderá solicitar propostas de diferentes bancos diretamente pelo app.
As ofertas costumam ser enviadas em até 24 horas. A contratação efetiva é finalizada no canal digital da instituição financeira escolhida.
Dúvidas frequentes sobre o novo empréstimo consignado
A margem consignável está limitada a 35% do salário bruto, considerando adicionais como comissões e bônus.
Em caso de demissão, o pagamento é abatido das verbas rescisórias, respeitando o limite de 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória. O restante pode ser renegociado ou retomado quando o trabalhador conseguir novo emprego formal.
A contratação, neste momento, só pode ser feita pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, os bancos também poderão oferecer essa linha de crédito em seus próprios aplicativos e sites.
Já a portabilidade do contrato do empréstimo consignado entre instituições diferentes será liberada em junho.
Nos primeiros três dias de funcionamento da nova linha de crédito, o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital registrou mais de 35,9 milhões de simulações. Desse total, cerca de 3,1 milhões de propostas foram solicitadas e 7.644 contratos foram efetivamente fechados.
O Ministério do Trabalho estima que até 19 milhões de trabalhadores com carteira assinada podem aderir à nova modalidade ao longo dos próximos quatro anos.
Isso pode movimentar mais de R$ 120 bilhões em empréstimos, segundo projeções da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A expectativa do governo é que a ampliação do crédito consignado para trabalhadores CLT ajude a impulsionar a economia, oferecendo crédito mais acessível a uma parcela significativa da população.