Na zona rural de Jaquirana, nos Campos de Cima da Serra, um espetáculo raro iluminou o céu: o cometa G3 Atlas foi registrado em detalhes por Gabriel Zaparolli, astrofotógrafo e caçador de tempestades. Com oito anos de experiência na observação e documentação de fenômenos celestes, Zaparolli escolheu a região pelas condições ideais para capturas astronômicas, tornando a noite um marco para a astronomia amadora.
A escolha pela área específica foi estratégica: a altitude elevada e a ausência de poluição luminosa fizeram da região um cenário ideal para capturar imagens detalhadas do cosmos. O registro do G3 Atlas aconteceu na noite do último sábado (18), resultando em fotografias impressionantes que eternizam o raro fenômeno celestial.
Cometa G3 Atlas
Identificado em 2024, o cometa G3 Atlas tornou-se um fenômeno astronômico de destaque ao realizar uma aproximação marcante com o Sol, atingindo apenas 13,4 milhões de quilômetros de distância. Durante o periélio, o astro exibiu um brilho excepcional, com magnitude semelhante à de Vênus, o que permitiu sua observação a olho nu e atraiu a atenção de astrônomos e admiradores do céu em todo o mundo.
Sinais de fragmentação no núcleo do cometa G3 Atlas começaram a ser identificados, levantando a possibilidade de sua desintegração. Especialistas, como o astrônomo Lionel Majzik, relataram emissões de gás e alterações estruturais, características comuns em cometas que estão em processo de colapso.
Vista e estudos
Compostos por materiais praticamente intocados desde a formação do sistema solar, há 4,6 bilhões de anos, corpos celestes como o cometa G3 Atlas funcionam como autênticas cápsulas do tempo cósmicas. Esses objetos oferecem dados valiosos sobre os estágios iniciais do universo.
O cometa G3 Atlas permanece visível no hemisfério sul até o final de janeiro. A melhor oportunidade de observação ocorre logo após o pôr do sol, embora sua luminosidade esteja diminuindo à medida que o astro se afasta do Sol, tornando as capturas cada vez mais desafiadoras.