Em situações sérias, como reuniões tensas ou momentos emocionais, rir pode parecer fora de lugar, mas, na realidade, é uma reação frequente ao estresse. Embora frequentemente seja encarado como algo inadequado, o riso nervoso é, segundo especialistas, uma resposta natural e até vantajosa para diminuir a tensão.
Esse tipo de riso é caracterizado como uma “emoção incongruente”, em que a resposta emocional não corresponde ao que seria esperado para a situação. Quando as emoções se tornam excessivas ou difíceis de controlar, o cérebro recorre ao riso, em vez de optar por reações como medo, raiva ou tristeza.
Riso de nervoso
O neurocientista V. S. Ramachandran, no livro A Brief Tour of Human Consciousness (2004), propõe que o riso tenha evoluído como uma forma de indicar que uma situação não representa perigo, proporcionando alívio tanto para quem ri quanto para os outros ao redor.
Pesquisas, como a realizada pela Universidade de Yale em 2015 e publicada na Psychological Science, abordaram as chamadas expressões dimórficas — respostas emocionais que aparecem de forma contrária à situação vivida.
Por exemplo, rir quando se está estressado ou chorar ao se sentir feliz. Os cientistas concluíram que essas reações não são falhas, mas estratégias do cérebro para regular emoções intensas, como o medo e a ansiedade, evitando que haja sobrecarga emocional.
Como controlar?
Quando o riso nervoso se torna recorrente ou difícil de controlar, pode ser um sinal de condições médicas, como o transtorno do afeto pseudobulbar (ABP) ou distúrbios neurológicos que afetam a área cerebral responsável pela regulação emocional.
Embora o riso nervoso seja frequentemente desconfortável e embaraçoso em interações sociais, ele é, na verdade, uma reação natural do corpo ao estresse. Compreendendo essa resposta, é possível adotar técnicas de enfrentamento, como a respiração profunda e outros métodos de relaxamento, para controlar a tensão e evitar que reações como o riso nervoso atrapalhem momentos cruciais.