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China vai construir ferrovias no Brasil? Entenda o que vai acontecer

Por Leticia Florenço
14/05/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Ferrovias - Reprodução/iStock

Ferrovias - Reprodução/iStock

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O Brasil, conhecido por sua grande dependência do transporte rodoviário, está prestes a testemunhar uma transformação em sua infraestrutura logística.

A ideia de construir ferrovias no país, especialmente com a colaboração de empresas chinesas, pode mudar radicalmente a forma como as mercadorias são transportadas, além de afetar diversos setores econômicos e industriais.

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Há décadas, o Brasil se caracteriza pela grande dependência do transporte rodoviário para a movimentação de suas mercadorias. Segundo o Plano Nacional de Logística 2025, aproximadamente 65% do transporte de cargas no país é realizado por estradas, principalmente através de caminhões.

Essa dependência tem gerado desafios, como a saturação das rodovias, altos custos logísticos, riscos de acidentes e uma pressão crescente sobre a manutenção da infraestrutura rodoviária.

Projeto Ferroviário Sino-Brasileiro

Uma das iniciativas mais ambiciosas desse novo cenário é a Ferrovia Bioceânica Brasil-Peru, que já teve 30% de seu percurso de 4.400 km concluído.

Este projeto, que conecta o Brasil ao Peru, começa em Ilhéus (BA), passa por vários estados, incluindo Goiás, Mato Grosso e Rondônia, até chegar em Chancay, no Peru, a apenas 80 km de Lima, onde a China construiu um megaporto. A conclusão da obra está prevista para 2028.

O grande diferencial dessa ferrovia é a integração com o Porto de Chancay, que abrirá novas portas para exportações brasileiras, além de reduzir significativamente o tempo de transporte de mercadorias entre o Brasil e a China, diminuindo em até 10 dias o trajeto atual feito pelo Oceano Atlântico.

Outros projetos ferroviários chineses no Brasil

Além da Ferrovia Bioceânica, o Brasil está também envolvido em outros projetos ferroviários com participação chinesa.

Empresas como China Railway Construction Corporation (CRCC) e China Railway Engineering Corporation (CREC) estão trabalhando em novas rotas, incluindo uma ligação do Porto de Açu (RJ) até Porto Velho (RO) e outra que conectará o Porto de Santos (SP) ao Chile, passando por Paraguai e Argentina.

Essas ferrovias terão trilhos com bitola larga (1.600 mm), o que é um marco no desenvolvimento da infraestrutura brasileira, já que isso permitirá trens de maior capacidade, otimizando o transporte de cargas pesadas e volumosas.

Impactos na indústria de caminhões

A grande questão que surge com a construção de ferrovias no Brasil é o impacto que isso terá na indústria de caminhões.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) expressa certa preocupação com o avanço das ferrovias, uma vez que o transporte rodoviário sempre foi o principal motor do setor.

Contudo, apesar de essa mudança diminuir a dependência de caminhões para longas distâncias, ela não implica necessariamente na “quebra” das montadoras de caminhões.

É possível que, com a expansão das ferrovias, a indústria de caminhões se reoriente, investindo mais em modelos urbanos e de menor porte, que são mais adequados para distâncias curtas e transportes dentro de grandes centros urbanos.

Além disso, essa transição também pode ser vista como uma oportunidade para a introdução de caminhões mais sustentáveis, como os elétricos, uma vez que o Brasil poderá investir mais em sistemas de transporte menos poluentes.

O papel da China na mobilidade sustentável do Brasil

O interesse da China pelas ferrovias no Brasil não é apenas estratégico do ponto de vista econômico, mas também ambiental. A China tem investido fortemente na transição energética e no desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis, como os trens de alta velocidade e veículos elétricos.

No Brasil, a possibilidade de uma maior integração ferroviária pode contribuir para a diminuição da emissão de CO2, pois o transporte ferroviário é mais eficiente e menos poluente que o rodoviário.

A presença de grandes polos de mineração de lítio em Minas Gerais e a fabricação de carros elétricos da BYD na Bahia indicam que a China vê o Brasil como um parceiro estratégico para expandir sua influência na indústria de veículos elétricos.

Assim, a introdução de trens de passageiros, incluindo o tão sonhado trem-bala, pode revolucionar a mobilidade urbana no Brasil, diminuindo a dependência dos carros e estimulando o uso de veículos mais ecológicos.

Desafios e oportunidades

A introdução de ferrovias no Brasil é um projeto de longo prazo, que trará benefícios econômicos e logísticos, mas também alguns desafios. Um dos principais obstáculos é a falta de investimentos públicos para financiar a construção dessas ferrovias.

No entanto, a parceria com empresas chinesas, que têm acesso a financiamentos e expertise em grandes obras de infraestrutura, é uma solução viável para a implementação desses projetos.

Por outro lado, a mudança na forma de transporte pode impactar outros setores, como o de ônibus e até mesmo de automóveis. Com a construção de ferrovias de passageiros, haverá uma redução no uso de ônibus de longa distância, além de uma possível diminuição nas viagens de carros, o que pode beneficiar a indústria de veículos elétricos e híbridos.

No entanto, será necessário encontrar um equilíbrio entre os novos investimentos ferroviários e o setor rodoviário. É possível que o Brasil experimente uma transição gradual, onde as ferrovias complementem o transporte rodoviário em vez de substituí-lo totalmente.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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