A poluição luminosa é um dos problemas ambientais que poderiam ser resolvidos de forma imediata, bastando ajustes na iluminação artificial.
Pensando nisso, a DarkSky International, organização dedicada ao combate à poluição luminosa, tem trabalhado com comunidades ao redor do mundo para recuperar os céus escuros e minimizar os impactos negativos da iluminação excessiva.
Como a poluição luminosa nos afeta
A poluição luminosa vai além do impacto visual, influenciando diretamente o meio ambiente, a saúde e a economia. O Laboratório Nacional de Astronomia (LNA) classifica esse problema em três categorias principais: skyglow, glare e light trespass.
O skyglow, caracterizado pelo brilho excessivo no céu noturno, é o tipo mais evidente e pode ser visto a centenas de quilômetros de distância. Já o glare causa desconforto e prejudica a visão, especialmente em rodovias e áreas urbanas. O light trespass ocorre quando a iluminação invade espaços onde não é necessária, como luzes de postes e outdoors afetando residências.
O problema também afeta a fauna que sofre com os efeitos dessa poluição. Um exemplo notável é o trabalho da Sea Turtle Conservancy na Flórida, que substituiu mais de 30 mil luzes para proteger filhotes de tartarugas marinhas. Com isso, estima-se que milhares de animais tenham sido salvos da desorientação causada pela iluminação excessiva nas praias de nidificação.
O movimento pela recuperação dos céus escuros
Cidades em diversos países estão adotando medidas para reduzir a poluição luminosa. Em Crestone, no estado do Colorado (EUA), a falta de recursos para iluminação pública levou a uma decisão inusitada: deixar as ruas sem luzes.
Vale mencionar que o resultado foi um céu estrelado de tirar o fôlego, que conquistou a população e transformou a cidade em uma referência no movimento Dark Sky. Atualmente, existem quase 300 áreas reconhecidas pela DarkSky International como espaços comprometidos com a redução da poluição luminosa.
Outro detalhe importante é o impacto econômico positivo desse movimento. A União Europeia tem incentivado a redução da iluminação excessiva não apenas pelos benefícios ambientais, mas também pelo potencial de economia de energia. Iluminação interna e externa consomem até 20% da eletricidade global, tornando a otimização uma estratégia vantajosa.
A Exati, empresa especializada no gerenciamento da iluminação pública no Brasil, também se destaca nesse contexto. Seu sistema voltado para Parcerias Público-Privadas (PPPs) tem ajudado a tornar as cidades mais sustentáveis, reduzindo custos e promovendo soluções mais eficientes para a iluminação urbana.
Vale mencionar que, além dos benefícios ecológicos e financeiros, a redução da poluição luminosa tem impulsionado o astroturismo. Com a volta dos céus estrelados, regiões de menor iluminação têm atraído visitantes interessados em experiências imersivas de observação do universo.