Nos anos 2000, a chegada dos celulares revolucionou a forma como nos comunicamos. Modelos icônicos se tornaram objetos de desejo, trazendo inovações que iam desde teclados deslizantes até câmeras fotográficas e MP3 players embutidos. Algumas marcas dominaram o mercado brasileiro e pareciam imbatíveis, mas com o passar dos anos foram perdendo espaço até desaparecerem completamente.
O avanço dos smartphones e a concorrência feroz de gigantes como Apple e Samsung acabaram selando o destino de muitas dessas empresas.
Nokia
A Nokia foi, durante muitos anos, sinônimo de celular. Seus aparelhos eram conhecidos pela durabilidade extrema, pela bateria de longa duração e por jogos clássicos como o famoso Snake. Modelos como o Nokia 1100 e o Nokia 3310 marcaram uma geração, tornando-se referências quando o assunto era resistência.
Nos anos 2000, a marca continuou inovando e lançou modelos avançados para a época, como o N95, que trazia uma câmera de 5 megapixels e conectividade Wi-Fi. No entanto, a Nokia cometeu um erro estratégico ao insistir no sistema operacional Symbian enquanto o mercado migrava para iOS e Android.
A tentativa de recuperação veio com a parceria com a Microsoft e o lançamento da linha Lumia, que rodava Windows Phone. Apesar de trazer um design moderno e câmeras de alta qualidade, os aparelhos não conseguiram competir com os sistemas da Apple e do Google. Em 2016, a divisão de celulares da Nokia foi vendida para a Foxconn, e a marca perdeu sua relevância no setor.
Sony Ericsson
A Sony Ericsson foi uma das marcas mais desejadas nos anos 2000, principalmente pelos modelos voltados para música e fotografia. A linha Walkman trouxe celulares que funcionavam como verdadeiros MP3 players, enquanto a série Cybershot investiu em câmeras de alta qualidade, algo raro na época.
Modelos como o W800i e o K750i foram grandes sucessos no Brasil, conquistando os consumidores com designs inovadores e funcionalidades avançadas. Outro destaque foi o W580i, um celular slider que virou tendência entre os jovens.
Com o tempo, a marca foi perdendo força diante do avanço dos smartphones. Em 2011, a Sony comprou a parte da Ericsson e passou a lançar a linha Xperia sozinha, mas os novos modelos nunca conseguiram competir com os aparelhos da Apple e da Samsung.
LG
A LG se destacou no mercado de celulares por trazer inovações antes mesmo de outras marcas populares. O LG Chocolate foi um dos primeiros a apostar em botões sensíveis ao toque, enquanto o LG Prada chegou com uma tela totalmente touchscreen antes mesmo do lançamento do iPhone.
Mesmo tentando inovar constantemente, a LG teve dificuldades para se consolidar no setor de smartphones. Modelos como o LG G Flex, com tela curva, e o LG G5, com design modular, mostraram que a empresa estava disposta a arriscar, mas o público não abraçou essas ideias.
Com anos de prejuízo acumulado e sem conseguir competir com as gigantes do mercado, a LG anunciou em 2021 o encerramento da sua divisão de celulares, encerrando um ciclo de tentativas frustradas de recuperação.
BlackBerry
Nos anos 2000, os celulares BlackBerry eram sinônimo de status e produtividade. Com teclados físicos QWERTY e um sistema seguro voltado para empresas, os aparelhos conquistaram profissionais e executivos. O BlackBerry Messenger foi um dos primeiros aplicativos de mensagens instantâneas, sendo um precursor do WhatsApp.
O grande erro da BlackBerry foi insistir no seu próprio sistema operacional enquanto o mercado se movia para o Android e o iOS. Quando finalmente lançou modelos touchscreen, a empresa já havia perdido muito espaço para as concorrentes.
Em 2016, a BlackBerry anunciou o fim da produção de celulares. Apesar de tentativas de reviver a marca por meio de parcerias com empresas chinesas, os aparelhos nunca mais tiveram o mesmo apelo e a empresa abandonou de vez o setor.
Siemens
A Siemens foi uma das primeiras fabricantes a trazer celulares inovadores para o Brasil. O Siemens S10, lançado em 1998, foi um dos primeiros a contar com tela colorida. Outros modelos, como o Siemens SL10 e o Siemens C55, também marcaram época.
Apesar de ter sido uma marca relevante no início da telefonia móvel, a Siemens não conseguiu acompanhar a evolução do mercado e acabou encerrando sua divisão de celulares em 2006.
ZTE
A ZTE esteve presente no Brasil com celulares acessíveis, principalmente na categoria de entrada. Apesar de ter uma presença significativa no mercado global, a empresa nunca conseguiu se destacar entre os consumidores brasileiros.
Um dos fatores que prejudicou a ZTE foi um escândalo envolvendo o governo dos Estados Unidos, que resultou em sanções e restrições comerciais. Sem acesso a componentes essenciais, a marca perdeu força e deixou de ser relevante no mercado de celulares.
A história dos celulares é marcada por empresas que dominaram o mercado e, por erros estratégicos ou mudanças tecnológicas, acabaram desaparecendo. Algumas não conseguiram acompanhar a transição para os smartphones, outras apostaram em sistemas operacionais que não se popularizaram, e algumas simplesmente foram engolidas pela concorrência.