O número de veículos elétricos em circulação no Brasil alcançou 374 mil em 2024, segundo dados da Neocharge, empresa que atua na área de recarga elétrica. Mesmo com esse ritmo acelerado, a popularização dos elétricos ainda enfrenta obstáculos importantes. Um deles é a escassez de pontos de recarga, o que limita a autonomia e mobilidade dos motoristas.
Outro entrave é o valor elevado dos veículos, que continua sendo uma barreira para muitos consumidores. Uma pesquisa realizada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) aponta que o preço continua sendo um dos fatores que mais influenciam negativamente a decisão de compra.
Grande parte desse custo está relacionada à bateria, que é o item mais caro dos carros elétricos. Ainda não existe uma solução ideal que equilibre desempenho, durabilidade e preço acessível. A busca por alternativas mais baratas e eficientes continua em escala global, com diversas iniciativas voltadas ao desenvolvimento de novas tecnologias que possam baratear os custos e tornar os modelos mais acessíveis ao público em geral.
Acessibilidade dos carros elétricos
Em entrevista ao UOL, especialistas apontaram que os preços dos veículos elétricos devem diminuir com o tempo, embora seja difícil prever quando isso ocorrerá. Roberto Marx, professor da Escola Politécnica da USP, destacou que a expectativa é de queda nos preços, mas ainda não há uma previsão exata de quando essa mudança será perceptível.
Fabio Delatorre, professor do Instituto Mauá de Tecnologia, também observou que os preços dos veículos elétricos já estão mais acessíveis. “Modelos básicos que antes custavam cerca de R$ 300 mil hoje podem ser encontrados por cerca de R$ 100 mil, tornando a aquisição de um EV mais viável para o consumidor brasileiro”, afirmou.
Medidas internacionais
Os especialistas concordam que políticas públicas desempenham um papel crucial no crescimento do setor. Eles citam o exemplo dos Estados Unidos, onde incentivos fiscais foram fundamentais para impulsionar a migração para veículos elétricos.
No Japão, o sucesso dos kei cars – veículos pequenos e populares – também foi impulsionado por benefícios fiscais, além do acesso facilitado a áreas restritas, que tornaram esses modelos ainda mais atraentes para os consumidores.