No dia 10 de junho de 2025, a farmacêutica brasileira EMS anunciou o lançamento das primeiras canetas injetáveis produzidas no país para o tratamento da obesidade e do diabetes. Os medicamentos, denominados Olire e Lirux, têm como princípio ativo a liraglutida, um análogo do hormônio GLP-1 responsável por controlar os níveis de glicose no sangue e promover a sensação de saciedade.
O Olire é indicado para o tratamento da obesidade, enquanto o Lirux é destinado ao controle do diabetes tipo 2. Ambos receberam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2024. Além disso, os preços desses medicamentos deverão ser de 10% a 20% mais baixos em relação aos produtos importados, o que pode ampliar o acesso a terapias eficazes para essas condições.
Canetas nacionais
A principal distinção entre os dois medicamentos está na quantidade de princípio ativo: o Lirux contém 1,8 mg de liraglutida e é voltado para o tratamento do diabetes tipo 2, enquanto o Olire traz 3 mg da substância, sendo indicado para casos de obesidade. A EMS planeja produzir aproximadamente 200 mil unidades dessas canetas até o fim de 2025, com projeção de ultrapassar meio milhão de unidades no intervalo de um ano.
Segundo a farmacêutica, os produtos não se enquadram na categoria de genéricos. Eles foram reconhecidos pela Anvisa como medicamentos inovadores, resultado de um processo tecnológico desenvolvido integralmente no Brasil. Essa inovação foi possível após o vencimento, em 2024, da patente da liraglutida no país, o que abriu espaço para a fabricação nacional de alternativas terapêuticas com o mesmo princípio ativo.
Próximos passos
Essa novidade marca a entrada da EMS no segmento dos análogos de GLP-1 produzidos no Brasil, representando um avanço significativo para o setor farmacêutico nacional, que antes dependia majoritariamente de opções importadas para esse tipo de tratamento.
Além do lançamento dessas canetas, a EMS também projeta para março de 2026 a chegada de uma nova caneta injetável com semaglutida, outro análogo do GLP-1 cuja patente estará expirada até lá. A iniciativa reforça a estratégia da empresa de competir nos mercados interno e externo, com alternativas acessíveis e desenvolvidas no país para doenças que atingem milhões de brasileiros.