O recente diagnóstico do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 82 anos, com câncer de próstata em estágio avançado que evoluiu para metástase óssea, reacende o debate sobre essa condição grave e complexa. Compreender o que é essa fase da doença, seus riscos e impactos é fundamental para desmistificar o tema e oferecer informação precisa.
A metástase óssea ocorre quando células cancerígenas do tumor primário – neste caso, da próstata, se desprendem do local original e migram através da corrente sanguínea.
Ao alcançarem o tecido ósseo, essas células começam a se multiplicar, formando novos focos tumorais. Este processo caracteriza a chamada “fase metastática” do câncer, considerada crítica devido ao comprometimento de múltiplos órgãos e sistemas.

Como acontece a propagação do câncer da próstata para os ossos?
O câncer de próstata inicia-se no tecido glandular da próstata, órgão pequeno e localizado na região pélvica masculina. À medida que o tumor cresce, algumas células malignas podem invadir vasos sanguíneos próximos, desprendendo-se do tumor inicial.
Viajam pela corrente sanguínea e se fixam em regiões ósseas, preferencialmente na coluna vertebral, pelve, costelas e fêmur. Nos ossos, essas células criam novos tumores, que provocam danos locais.
Impactos da metástase óssea na qualidade de vida
A presença de tumores nos ossos traz complicações importantes, incluindo:
- Dor intensa e contínua, resultado da infiltração tumoral e da reação inflamatória;
- Fraturas patológicas, já que os ossos ficam enfraquecidos e mais suscetíveis a quebras espontâneas ou após traumas mínimos;
- Dificuldade de mobilidade, prejudicando a locomoção e a autonomia do paciente;
- Risco de compressão da medula espinhal, que pode causar paralisias e perda de funções motoras.
Essas manifestações tornam a fase metastática especialmente desafiadora para o tratamento e o cuidado do paciente.
Características do câncer de próstata em estágio avançado
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, especialmente acima dos 65 anos. O sistema de pontuação conhecido como escore de Gleason avalia a agressividade do tumor, variando de 1 a 10.
No caso do ex-presidente Biden, o diagnóstico de estágio 9 indica um tumor altamente agressivo, com maior potencial de crescimento rápido e disseminação.
Tratamentos disponíveis para câncer de próstata com metástase óssea
O manejo dessa condição avançada geralmente envolve abordagens multidisciplinares:
- Terapias hormonais (deprivação androgênica) para reduzir os níveis de testosterona, hormônio que estimula o crescimento tumoral;
- Quimioterapia, indicada para controlar o avanço do câncer e aliviar sintomas;
- Radioterapia direcionada, utilizada para aliviar dores ósseas e tratar áreas específicas afetadas;
- Medicamentos para fortalecer ossos, como bisfosfonatos e denosumabe, que reduzem o risco de fraturas e melhoram a qualidade de vida.
Novas terapias-alvo e imunoterapias também estão sendo estudadas para essa fase da doença.
Importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico
O câncer de próstata pode evoluir lentamente, mas quando atinge o estágio metastático, torna-se uma condição mais grave e de difícil controle. Por isso, o diagnóstico precoce, através de exames como o PSA (antígeno prostático específico) e toque retal, aliado ao acompanhamento médico regular, é fundamental para aumentar as chances de cura e prevenção da disseminação.
No Brasil e no mundo, campanhas educativas sobre o câncer de próstata são essenciais para estimular a busca por diagnóstico precoce e tratamento adequado. A faixa etária mais afetada, homens acima de 65 anos, deve estar atenta aos sinais e sintomas, e manter consultas regulares com urologistas.
O anúncio público do diagnóstico de Biden traz à tona não apenas a fragilidade da saúde em idades avançadas, mas também a importância do acesso a tratamentos modernos e multidisciplinares.
A doença dele, embora grave, pode ser monitorada e controlada com os recursos disponíveis, exemplificando a luta de muitos pacientes pelo mundo.