De acordo com informações divulgadas pela B3, o Burger King, operado no Brasil pela Zamp, pode estar cada vez mais próximo de deixar a Bolsa de Valores do Brasil. Isso porque o Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi e maior acionista da empresa, vem articulando um movimento estratégico para privatizar a companhia.
O processo ganhou força após a aprovação, em assembleia geral extraordinária realizada recentemente, da saída da Zamp do Novo Mercado, segmento que reúne empresas com os mais altos padrões de governança corporativa da bolsa brasileira.
Vale mencionar que a decisão, que não envolveu a realização de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória, abre caminho para mudanças significativas na estrutura da operadora do Burger King no país.
Mubadala quer mais controle sobre a Zamp
O Mubadala Capital, que desde novembro de 2024 já detém mais de 30% do capital da Zamp, busca transformar a empresa em uma plataforma robusta de gestão de marcas no segmento de alimentação. Vale mencionar que o fundo também é responsável pela expansão de outras redes no Brasil, como Popeyes, Subway e Starbucks.
A estratégia é clara: ao retirar a Zamp da Bolsa, o Mubadala pretende obter maior flexibilidade nas decisões de gestão e acelerar um plano de crescimento, tanto orgânico quanto inorgânico. Isso significa que a operadora do Burger King pode passar por um reposicionamento relevante no mercado, mirando expansão, inovação de cardápio e fortalecimento da experiência do consumidor.
Outro detalhe importante é que essa decisão impacta diretamente os investidores. Com a saída do Novo Mercado e a possibilidade de uma OPA futura, quem detém ações da Zamp (código ZAMP3) precisará decidir se aceita a proposta de compra pelo Mubadala ou se permanece no quadro, agora em condições diferentes.
Como ficam os investidores e mercado com a saída do Burger King
É importante mencionar que, desde que o Mubadala iniciou este movimento, as ações da Zamp vêm registrando forte volatilidade. Dados da B3 mostram que, durante este processo, os papéis chegaram a recuar mais de 15% em apenas um pregão, refletindo a insegurança do mercado diante das incertezas estratégicas.
Dessa forma, analistas financeiros, como os do Bradesco BBI, avaliam com cautela os próximos passos da Zamp. Isso porque a transição de controle pode gerar impactos na geração de caixa, na reestruturação da gestão e na definição de novas prioridades estratégicas.
Com isso, a possível saída do Burger King da Bolsa de Valores do Brasil não representa apenas uma mudança societária, mas também sinaliza um novo ciclo para a empresa no país. Entretanto, o cenário ainda permanece em construção, e o mercado segue atento às movimentações que podem redesenhar o futuro da rede no Brasil.