Uma iniciativa do Banco Central vem permitindo que milhões de brasileiros reencontrem dinheiro que, por diversos motivos, havia sido deixado para trás em instituições financeiras.
Trata-se do Sistema de Valores a Receber (SVR), criado para facilitar o acesso a quantias esquecidas por pessoas físicas e jurídicas em contas encerradas, tarifas indevidas, sobras de consórcios, entre outros casos.
Em abril deste ano, o programa registrou R$ 360 milhões devolvidos à população.
Brasileiros recuperam milhões esquecidos no Banco Central
O sistema representa uma espécie de “achados e perdidos” financeiro, em que o cidadão pode descobrir se há algum valor a seu nome, seja como indivíduo, representante de uma empresa ou herdeiro legal.
A consulta é gratuita e pode ser feita rapidamente no site do Banco Central. Basta fornecer dados como CPF e data de nascimento ou, no caso de empresas, CNPJ e data de abertura.
Para fazer o saque, é necessário utilizar uma conta Gov.br com nível de segurança prata ou ouro, com a verificação em duas etapas ativada.
Os resgates podem ocorrer de duas formas: diretamente com a instituição financeira responsável pelo valor ou por meio de solicitação online dentro do próprio sistema.
A novidade mais recente é a opção de solicitação automática, exclusiva para pessoas físicas com chave Pix cadastrada pelo CPF.
Nesse caso, o sistema deposita automaticamente os valores encontrados na conta vinculada, sem a necessidade de ações adicionais do usuário. A adesão a essa funcionalidade é opcional.
Ação do Banco Central já devolveu mais de R$ 10 bilhões
Desde que foi lançado, o SVR já devolveu mais de R$ 10 bilhões aos brasileiros. No entanto, cerca de R$ 9,7 bilhões ainda seguem disponíveis para saque.
Os números mais recentes, referentes ao mês de abril, mostram que 30,6 milhões de correntistas já recuperaram recursos — sendo a grande maioria pessoas físicas. Por outro lado, quase 52 milhões de cidadãos e empresas ainda não retiraram os valores a que têm direito.
A maioria dos montantes esquecidos é pequena: mais de 60% dos beneficiários têm direito a menos de R$ 10. Mesmo assim, os valores acumulados somam cifras bilionárias. O Banco Central reforça que não há cobrança para usar o serviço e alerta para tentativas de golpe.
A única forma segura de consulta e resgate é pelo site oficial, e nenhuma instituição deve pedir senhas ou dados pessoais fora desse ambiente.