A falta de engajamento profissional alcançou patamares preocupantes no Brasil e no cenário global. Uma pesquisa da Gallup de 2023 revelou que 72% dos trabalhadores brasileiros não se sentem vinculados ao seu emprego. Esse desinteresse reflete uma tendência mundial, já que, segundo o relatório State of the Global Workplace 2024, apenas 23% dos profissionais ao redor do mundo demonstram envolvimento real com suas atividades.
A falta de reconhecimento e os salários abaixo das expectativas estão entre os principais fatores que contribuem para o desengajamento profissional, segundo um estudo da MyPerfectResume. Diante desse cenário, empresas têm apostado no conceito de salário emocional, uma abordagem que busca valorizar os funcionários por meio de benefícios não financeiros, focados no bem-estar e na motivação no ambiente de trabalho.
Benefícios emocionais
De acordo com Peter Miscovich, diretor executivo da JLL, colaboradores que recebem suporte emocional, psicológico e físico no ambiente de trabalho tendem a ser mais produtivos e resilientes. Esse tipo de abordagem ganha ainda mais importância em períodos de dificuldades econômicas, quando reajustes salariais não são uma opção viável.
O salário emocional deixou de ser apenas um diferencial e se tornou um fator essencial para a retenção de talentos. Um levantamento do Achievers Workforce Institute apontou que 72% dos profissionais preferem trabalhar em empresas que valorizam e reconhecem seus esforços, mesmo que isso signifique renunciar a um salário 30% maior.
Além do salário
Além do reconhecimento, os benefícios corporativos desempenham um papel fundamental na motivação e fidelização dos colaboradores. Uma pesquisa da Caju, em parceria com a Provokers, revelou que 85% dos profissionais enxergam os benefícios como um fator decisivo para sua satisfação no ambiente de trabalho.
Na hora de aceitar uma proposta de emprego, 76% das mulheres e 70% dos homens consideram os benefícios oferecidos pela empresa como um fator determinante. A pesquisa também destacou diferenças de preferência entre os gêneros: enquanto as mulheres dão mais importância ao vale-alimentação e à flexibilidade de horário, os homens tendem a valorizar mais a participação nos lucros.