Uma fábrica clandestina de bebidas que operava ilegalmente no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, foi alvo de uma operação coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio da Polícia Civil de Pernambuco.
A ação, que revelou práticas graves de falsificação e riscos sanitários, resultou na apreensão de cerca de 500 litros de bebidas alcoólicas impróprias para o consumo humano.
Bebidas falsificadas e contaminadas com fezes são apreendidas
A ofensiva, batizada de “Pagode Russo”, faz parte da 88ª edição da Operação Ronda Agro e teve como objetivo combater fraudes no setor de bebidas.
Equipes do programa Vigifronteiras, do Serviço Regional de Operações Avançadas de Fiscalização e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Serfic/Dipov), atuaram junto à Delegacia de Crimes contra o Consumidor (Decon) para desmantelar o esquema ilícito.
No local da produção, foram encontrados equipamentos utilizados para a falsificação de bebidas, como compressores, caixas d’água e esteiras, além de milhares de garrafas vazias.
As bebidas, rotuladas como vodka e aperitivo, utilizavam marcas conhecidas para enganar o consumidor.
A fábrica funcionava sem qualquer autorização ou registro sanitário, configurando diversos crimes contra a saúde pública e a propriedade intelectual.
O que mais chocou as equipes de fiscalização foram as condições de higiene do espaço. As garrafas, muitas vezes reutilizadas, eram armazenadas diretamente no chão, em meio a fezes de pombos e outros sinais de contaminação.
A manipulação de ingredientes como corantes e aromatizantes — utilizados para mascarar o sabor e a aparência das bebidas — era feita sem controle de qualidade, o que representa um risco direto à saúde dos consumidores.
Bebidas falsificadas ofereciam riscos aos consumidores
Além do risco de intoxicação e reações adversas causadas por substâncias não regulamentadas, os produtos apresentavam rótulos enganosos, violando normas básicas de rotulagem e transparência.
A estimativa é de que os itens apreendidos tenham um valor de mercado superior a R$ 100 mil.
Segundo o Mapa, ações como essa são fundamentais para garantir a segurança alimentar, combater práticas fraudulentas e proteger tanto os consumidores quanto os produtores que atuam legalmente.
O caso segue em investigação, e os responsáveis podem responder por crimes contra a saúde pública, falsificação e concorrência desleal.