Durante as décadas de 1970 e 1980, o refrigerante Crush se destacou no Brasil, conquistando uma enorme base de fãs. Com um sabor marcante e uma presença forte no mercado, ele se tornou um dos principais concorrentes da Fanta, da Coca-Cola.
Ao contrário de outras marcas regionais, o Crush conseguiu se estabelecer em todo o país, tornando-se um dos refrigerantes mais populares da época. No entanto, para a decepção de muitos consumidores, ele desapareceu dos supermercados na década de 1990.
O que tornava o crush especial?
Um dos grandes diferenciais do Crush era sua fórmula única. A bebida utilizava óleo essencial extraído das cascas de laranja, o que proporcionava um sabor cítrico intenso e refrescante, fazendo com que se destacasse no mercado e rivalizasse diretamente com a Fanta.
Durante anos, o refrigerante foi presença garantida nas prateleiras e geladeiras brasileiras, conquistando admiradores fiéis por todo o país.
Por outro lado, ao falar de bebidas com identidade marcante, é impossível não destacar a cajuína, tradicionalmente produzida no Piauí. Além de sua importância cultural, a bebida, feita a partir do suco clarificado do caju, possui cinco vezes mais vitamina C do que o suco de laranja.
Reconhecida por seu valor simbólico e nutricional, a Cajuína do Piauí e seu modo de fazer foram oficialmente registrados como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Além do sabor diferenciado, a marca apostava em campanhas publicitárias inovadoras e no apelo nostálgico de um refrigerante com personalidade própria, ficando o saudosismo de quem cresceu tomando a bebida, muitas vezes acompanhada de um “sonho”, o clássico bolinho recheado com doce de goiaba.
Desaparecimento
Apesar de sua popularidade, o Crush sumiu dos mercados brasileiros nos anos 1990. Muitas teorias surgiram para tentar entender o motivo desse desaparecimento repentino.
Anos depois, em 2010, a Coca-Cola tentou relançar a marca no Brasil com uma nova proposta: o Crush Cajuína, uma mistura de guaraná com suco de caju, distribuída apenas na região do Cariri, no Ceará.
No entanto, a iniciativa durou pouco. A empresa retirou o produto do mercado apenas um mês após o lançamento, em resposta à forte reação da Câmara Setorial do Caju do Piauí e dos próprios fabricantes de cajuína.
A situação culminou em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí, onde os diretores da Coca-Cola se comprometeram a suspender a distribuição da bebida, sob pena de serem acionados judicialmente por apropriação indevida de um nome associado a um patrimônio cultural local.
Crush ainda existe?
Embora tenha desaparecido dos supermercados brasileiros, o Crush ainda é comercializado em alguns países, como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. No exterior, a marca mantém uma base de consumidores fiéis, especialmente nos mercados onde o refrigerante nunca chegou a sair de linha.
O Crush pode ter saído do mercado, mas continua vivo na memória dos que tiveram o prazer de experimentar um dos refrigerantes mais icônicos de sua época.